Governo indiano ameaça deter funcionários do Twitter, a menos que bloqueiem críticas

Rajat Gupta /EPA

Agricultores protestam no Dia da República da Índia

O Governo indiano, liderado pelo primeiro-ministro Narendra Modi, alertou o Twitter que deve remover o que considera como “conteúdo inflamatório” ou os seus funcionários poderão ser detidos, após a rede social ter desbloqueado 257 contas com críticas ao Executivo.

Segundo informou o Buzzfeed, estas contas contêm relatos de líderes da oposição, do site de jornalismo de investigação Caravan, além de jornalistas e escritores. As críticas devem-se às leis propostas pelo Governo, que reduzem a receita dos agricultores e os tornam mais dependentes das corporações.

Depois de inicialmente bloquear as contas, o Twitter reverteu a decisão, apontando para a liberdade de expressão. Contudo, na mesma rede social, fonte do Executivo escreveu que esta “é uma intermediário e é obrigada a obedecer às orientações do Governo. A recusa em fazer isso levará à ação penal”.

“Não entendemos por que de repente o Governo indiano considera que os jornalistas não devem falar sobre todos os lados de uma questão”, disse ao BuzzFeed o editor executivo do Caravan, Vinod K. Jose.

Celebridades ocidentais, incluindo a cantora Rhianna e a ativista Greta Thunberg, demonstraram o seu apoio aos manifestantes. Já o ator de Bollywood Kangana Ranaut, defendeu o Governo indiano, indicando que “ninguém está a falar sobre isso [protestos] porque não são agricultores, são terroristas que estão a tentar dividir a Índia”.

O Twitter pode ser forçado a cumprir as leis do Governo indiano, que obrigam as plataformas de media social a remover “qualquer informação gerada, transmitida, recebida, armazenada ou hospedada em qualquer recurso de computador” que possa afetar a “ordem pública”.

Taísa Pagno //

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