Governo gasta o mesmo por menos serviços nos meios aéreos

Estela Silva / Lusa

O novo concurso urgente para locação de meios aéreos já está a decorrer e deverá estar concluído em Abril. O Governo reduz as horas de voo exigidas e altera alguns tipos de aeronaves pedidas, mas gasta o mesmo.

No novo concurso urgente para locação de meios aéreos, que o Governo quer fechar em 15 dias, deixam de existir várias exigências que constavam do primeiro procedimento. O Governo vai gastar os mesmos 48,9 milhões de euros que tinha previsto para alugar 40 aeronaves, mas haverá uma redução do serviço que vai ser prestado.

Assim, entre as mudanças estão a redução de horas de voo, a alteração de alguns tipos de aeronave e a diminuição das exigências de gel retardante, que substitui a água em alguns casos. Embora o Governo poupe com estas medidas no valor de alguns lotes, irá acabar por pagar mais noutros.

De acordo com o Público, depois de o primeiro concurso ter fracassado, as empresas têm agora um prazo limitado para apresentar propostas. Desde segunda-feira que é conhecido o novo caderno de encargos e as empresas têm 15 dias para apresentar as suas propostas. Os resultados devem conhecer-se já em Abril.

As empresas apontaram o dedo ao Governo por considerarem que o valor oferecido era baixo para as horas de voo que exigia e o executivo acabou por ceder. Assim, em vez de terem de voar do nascer ao pôr-do-sol, de acordo com o caderno de encargos a que o Público teve acesso, são exigidas agora 12 horas.

O Governo desistiu ainda de ter quatro Canadair (aviões anfíbios pesados), preferindo ter apenas dois, de modo a pedir mais dois aviões Fireboss (aviões anfíbios médios) que passam agora para um total de oito.

Esta mudança, por exemplo, permitiu ao Governo diminuir o preço que oferecia pelos aviões e assim conseguir aumentar o valor a pagar pelos 27 helicópteros ligeiros que ainda tem de alugar.

Mas as mudanças não se ficam por aqui. No novo caderno de encargos, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) permite que as empresas concorram com uma versão mais antiga num dos lotes de helicópteros (podem concorrer B2 e B3).

O número de horas autorizadas para que os helicópteros e aviões estejam parados para manutenção foi também alterado, reduzindo assim o número de aeronaves suplentes que as empresas precisam de ter para voarem quando outras estão na oficina.

ZAP //

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