O presidente do Governo catalão, Quim Torra, anunciou que vai apresentar uma queixa-crime contra o rei emérito Juan Carlos e a sua antiga amante, Corinna Larsen, por corrupção.
Em causa está uma doação de 65 milhões de euros de Juan Carlos a Corinna Larsen, em junho de 2012. A antiga amante diz que a doação foi um sinal de “amor e gratidão” e não uma tentativa de o antigo rei espanhol se livrar do dinheiro. Os 65 milhões terão sido um presente de um membro da corte saudita, que foi transferido para a conta na Suíça de Larsen.
Dois anos depois, Juan Carlos pediu à ex-amante para lhe devolver esse dinheiro, noticia o Correio da Manhã. Isto vem reforçar as suspeitas de que Corinna Larsen terá sido usada como “barriga de aluguer” para guardar os fundos de comissões alegadamente pagas pela Arábia Saudita pelo papel de Juan Carlos na construção do comboio de alta velocidade para ligar Medina a Meca.
O Público escreve que a queixa poderá atingir ainda o atual monarca, Felipe VI, uma vez que inclui “todos aqueles que, de uma forma ou de outra, tenham participado, ajudado, cooperado ou encoberto as práticas corruptas”.
“A corrupção tem de ser perseguida independentemente de quem nela participe”, salienta Quim Torra em comunicado. “Não se pode olhar para o lado perante factos tão graves como aqueles pelos quais, alegadamente, serão responsáveis não só o rei emérito, como um grupo relevante de pessoas que não possuem imunidade”.
Em resposta à acusação, a Casa Real espanhola negou qualquer envolvimento no assunto: “Nem sua majestade o rei, nem esta casa têm conhecimento, participação ou qualquer responsabilidade nos alegados assuntos mencionados pelo que carece de justificação lícita o seu envolvimento nos mesmos”.
Corinna Larsen recusa-se a devolver o dinheiro para evitar ser acusada de um “possível delito financeiro”.
Vemos em Espanha uma monarquia que já julgou e condenou o marido de uma infanta e que processa agora o rei emérito. Temos aqui uma república que… nada (sem saber nadar).