Miguel A. Lopes/ Lusa

Henrique Gouveia e Melo.
“Enquanto cidadão, gostaria de poder optar entre o programa A, B ou C. Para o fazer, eu gostaria de ter propostas concretas”.
O almirante na reserva Gouveia e Melo defendeu hoje que na campanha das próximas eleições legislativas se deve discutir propostas e não se o político “A” é mais imaculado do que o adversário, e recusou ser antipartidos ou autoritário.
Henrique Gouveia e Melo, ex-chefe do Estado-Maior da Armada e potencial candidato a Presidente da República, falava num almoço debate promovido pelo International Club of Portugal, num hotel de Lisboa.
Nas respostas a perguntas de cidadãos presentes nesse almoço, o almirante começou por abordar a questão do sistema de justiça. Sobre este tema, considerou que “a única tentação em que o poder judicial não pode cair é numa justiça de pelourinho”, ou seja, “uma justiça mediatizada, porque isso corrói o próprio sentido de justiça”.
Porém, mais do que sobre justiça, o almirante foi sobretudo confrontado com questões relativas sobre ao “comportamento da classe política”.
Neste ponto, Gouveia e Melo lamentou que “se ande a discutir o comportamento do político A, do B, do C e parece que não interessa discutir quais são as opções políticas”.
“Pelo contrário, enquanto cidadão, gostaria de poder optar entre o programa A, B ou C. Para o fazer, eu gostaria de ter propostas concretas”, contrapôs.
Em relação ao atual clima político, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada foi um pouco mais longe nas suas críticas, deixando mesmo advertências sobre a qualidade futura dos políticos.
“Vamos correr o risco de discutir se o fulano A, B ou C é mais imaculado ou menos imaculado do que o outro em vez de discutir o que cada um tem para nos oferecer enquanto governante? “, perguntou, antes de procurar realçar o caráter benéfico da experiência profissional anterior ao exercício de cargos políticos.
“A certa altura, ninguém pode fazer política, a não ser um quadro partidário que nunca fez mais nada, a não ser colar cartazes. Isso seria péssimo para o sistema político. É preciso ter cuidado e não exagerar. É importante que os nossos líderes tenham ética republicana, mas não andarmos à procura de tudo e mais alguma coisa, porque a certa altura podemos querer ficar com os anjos sem capacidade de governação”, reforçou.
Depois, o almirante rejeitou que seja autoritário ou contra os partidos.
“Defendo os partidos, mas os partidos não são a pessoa. O partido é o conjunto de ideias que um grupo de pessoas defende. Se nós vamos fulanizar o partido, depois temos problemas”, apontou, sem especificar uma situação em concreto.
Neste contexto, fez também questão de distinguir autoridade e autoritarismo e, a propósito de consensos, vida militar e sociedade civil. Gouveia e Melo reconheceu então que na vida militar “a ação prevalece sobre o consenso”.
“Na vida militar, não há tempo para consensos. As situações são de tal maneira graves, complexas e urgentes que, se estivéssemos a adotar soluções por consenso, não teríamos uma única vitória. O que não significa que, mudando dessa vida, não perceba que o modelo da sociedade civil é um modelo totalmente distinto e que não esteja habituado, ou que não possa habituar, a viver num modelo diferente”, sustentou.
Apesar das diferenças entre vida militar e civil, Gouveia e Melo acrescentou que na Marinha a maior parte das opções é tomada por consenso, “porque é muito difícil levar um grupo de homens forçados a fazer qualquer coisa”.
“Uma coisa é estar numa aeronave e tomar as decisões. Outra coisa é estar num navio, que tem lá 200 homens e é muito mais difícil. Portanto, esses consensos, de alguma forma, se estabelecem, só que se estabelecem num sistema mais hierarquizado e mais disciplinado, mas com muita discussão interna”, completou.
// Lusa
Conversa para boi dormir, pobre coitado, e ainda defende os criminosos, parolos, medíocres, sem honra e dignidade, sem princípios e valores.
Estas degradantes declarações do dr. Henrique Melo fizeram-me recordar o Sr.º Dr.º Miguel Veiga e aquilo que disse sobre a política em Portugal e o Presidente Rui Rio: «…No nosso desalmado panorama político, amiúde tão mal frequentado, Rui Rio destaca-se como uma singular e marcante personalidade, uma avis rara que nos cumpre saudar e apoiar.
A sua fidelidade ao Porto, o seu Patriotismo Portuense – já dizia Sofia «…O Porto é Pátria dentro da Pátria…» – logo se revelam na integridade, na inteireza, na justeza, na direitura cívica de quem como ele não se desdobra em contraditórias e giratórias alternâncias, jogos de pé-coxinho em redor do poder, ao compasso folclórico do vira-virou (…) O carácter do Porto é a sua verticalidade, a sua frontalidade franca e leal, à imagem e semelhança de Rui Rio avesso ao baile de máscaras em que o ego contracena e alterna com o seu próprio alter-ego (…) Como dizia Francisco Sá Carneiro «…A Política sem Ética é uma vergonha…» (…) Ninguém, ninguém, pelo País fora ou pelo País dentro, ousará contestar ou duvidar, antes todos reconhecem que a dimensão política, pública, e nacional de Rui Rio se deve à sua notoriedade, da sua respeitável e honrada imagem de Governante comprometido com Valores e Convicções, que não apenas de opiniões e pontos de vista de ocasião, empenhado em causas que não apenas em oportunidades de sobrevivência, de propaganda, e de espectáculo, de homem de rigor, de cabeça inteligente, estruturada em decência e higiene mental, de cara fresca e lavada, embora tal como o Porto e à imagem do Portuense ele sorria pouco; de mãos-limpas, sem telhados de vidro nem rabos-de-palha, de economista e gestor experimentado e qualificado através de provas dadas na Sociedade Civil e na vida pública, de homem de saber e querer, que não de quebrar nem de torcer, enfim e numa palavra de autêntico Cidadão do Porto na excepção mais qualificada e singular desta qualidade…»