Afinal, a gordura abdominal pode ter benefícios para a saúde

Uma nova pesquisa descobriu que, em certos indíviduos com genes específicos, a gordura abdominal não está associada a um maior risco de diabetes tipo 2.

Um novo estudo publicado na eLife cientistas relata a descoberta de uma ligação surpreendente entre a gordura na barriga, conhecida como gordura visceral, e um menor risco de diabetes tipo 2. Esta correlação inesperada deve-se a um conjunto de genes que simultaneamente contribui para a gordura abdominal e protege contra o aparecimento de diabetes.

Durante vários anos, os cientistas souberam que alguns indivíduos apresentam “obesidade metabolicamente saudável”, em que o seu excesso de peso não aumenta os seus riscos de desenvolverem doenças como a diabetes ou doenças cardíacas. Agora, os investigadores identificaram cinco genes que sustentam este fenómeno.

Estes genes podem causar a gordura visceral, mas simultaneamente defendem contra a diabetes tipo 2. A descoberta contradiz as suposições médicas tradicionais, que ligam o tamanho da cintura e o risco de diabetes tipo 2. Notavelmente, a presença desses genes significa que uma pessoa pode carregar uma quantidade significativa de gordura abdominal sem um risco maior de diabetes.

No entanto, o autor principal do estudo, Mete Civelek, enfatizou que isso não significa que a gordura abdominal seja inofensiva. Os resultados do estudo só se aplicam a uma pequena percentagem de indivíduos com uma codificação genética específica. Apesar disso, as descobertas podem ter implicações significativas para futuras pesquisas e opções de tratamento, explica o New Atlas.

Civelek apela a que a comunidade médica considere os fatores genéticos juntamente com as medições tradicionais, como o tamanho da cintura e das ancas, ao avaliar o risco de um paciente para a síndrome metabólica, um precursor de condições como diabetes e doenças cardiovasculares.

Embora as descobertas sejam promissoras, é necessária mais investigação. Civelek e a sua equipa planeiam conduzir mais estudos sobre a obesidade metabolicamente saudável, estendendo a sua investigação a mais mulheres e indivíduos de diferentes ascendências genéticas. O objetivo final é identificar mais genes que contribuem para esta condição e descobrir potenciais alvos terapêuticos.

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