A gestora terá lesado 25 condomínios com o desvio de fundos destinados a serviços de manutenção ou limpeza.
Uma empresária de 72 anos é acusada de desviar mais de 356 mil euros de contas de condomínios que administrava em Coimbra. Este suposto plano de desvio terá sido arquitetado pela gerente em 2009 e executado durante cinco anos.
As quantias desviadas pertenciam aos moradores e proprietários dos edifícios, sendo destinadas ao pagamento de despesas como limpeza, contas de água e eletricidade, seguros e manutenção. Ao todo, 25 condomínios foram afetados por esta situação.
A empresária, sendo a única titular das contas, tinha autonomia para as movimentar como bem entendesse. No início, efetuava transferências entre as contas dos condomínios para assegurar que os pagamentos eram feitos e evitar suspeitas. Contudo, com o passar do tempo, pagamentos como seguros, contas de serviços e manutenções foram negligenciados, culminando em diversos avisos de corte.
A fraude foi descoberta em 2014, quando os afetados notaram as irregularidades. Ao ser confrontada, a gerente desapareceu, mas foi posteriormente localizada pela Polícia Judiciária, escreve o Correio da Manhã.
O Ministério Público defende que o montante desviado pela empresária seja revertido a favor do Estado. A mesma empresária é também acusada de ocultar extratos bancários, mantendo-os em locais desconhecidos para esconder o seu esquema.
Num caso paralelo, um gestor de condomínios, de 69 anos, também enfrenta acusações semelhantes, sendo suspeito de desviar mais de 88 mil euros de fundos de reserva e quotas de condomínios ao longo de dois anos.
Este gestor teria aproveitado seu acesso direto às contas para cometer os desvios, com um dos condomínios alegando um desfalque de mais de 29 mil euros. No total, 11 edifícios nos concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova e Vila Nova de Poiares foram afetados.
Ambos os acusados responderão em tribunal por vários crimes de abuso de confiança, alguns em forma agravada. Além das queixas que estão a ser levadas a tribunal, existem outras denúncias que visam estes dois gestores. Contudo, por falta de provas suficientes, algumas das queixas, envolvendo valores superiores a 10 mil euros, foram arquivadas pelo Ministério Público.
No total, 36 condomínios foram lesados, sendo 25 pela empresária e 11 pelo gestor de condomínios.