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Afinal, as histórias sobre a morte de Genghis Khan estão provavelmente erradas

Um novo estudo mostra que, afinal, o fundador do Império Mongol terá morrido vítima da peste bubónica, tal como muitos dos seus soldados e seguidores.

Genghis Khan foi um dos conquistadores mais famosos da História. Em 1206, fundou e serviu como primeiro governante do Império Mongol, tendo sido o líder militar que mais território conquistou, controlando quase 20 milhões de quilómetros quadrados.

Embora a sua influência seja bem conhecida, o mesmo não podemos dizer da sua morte, que ainda hoje continua a ser um grande mistério.

Cientistas dizem que tanto os familiares como os seguidores foram instruídos a fazer dela o seu segredo mais bem guardado, uma vez que aconteceu durante uma fase vital da guerra contra o Império Xia Ocidental, com o qual os mongóis lutaram mais de 20 anos.

Para honrar e manchar a memória do conquistador, amigos e inimigos contaram várias lendas sobre a sua morte. Há quem diga que morreu após ter sido esfaqueado (ou castrado) por uma princesa do povo Tangut, outros dizem que foi por ferimentos provocados por uma queda do seu cavalo ou por causa de uma flecha durante as batalhas.

Porém, um novo estudo sugere que não passam disso mesmo: lendas. “A atual pandemia de covid-19 levou-nos a considerar pandemias antigas“, disse Francesco Galassi, médico e paleopatologista da Universidade Flinders, na Austrália, ao site Live Science.

Os investigadores decidiram concentrar-se no livro “A História de Yuan”, uma das obras históricas oficiais da China, no qual se pode ler que, entre 18 a 25 de agosto de 1227, durante a sua última investida contra o Xia Ocidental, Khan sentiu-se mal devido a uma febre, tendo morrido oito dias depois.

Pesquisas anteriores já tinham sugerido que o líder militar contraiu febre tifoide, mas a equipa notou que não há referências a outros sintomas típicos desta doença como, por exemplo, dor abdominal e vómitos.

Além de observar os sinais clínicos do fundador do Império Mongol, os cientistas também recorreram às informações sobre as doenças que as suas tropas e os seus inimigos sofriam naquela época. Foi assim que descobriram que os sintomas correspondiam aos de uma  doença muito comum: a peste bubónica.

Os investigadores reconhecem que este diagnóstico é inevitavelmente limitado por não terem acesso ao cadáver de Khan (o seu paradeiro ainda hoje é desconhecido).

Ainda assim, “embora não possamos ter 100% de certeza sobre a causa exata da morte, podemos dizer que este cenário clínico é muito mais realista e digno de consideração histórica do que outras hipóteses mais rebuscadas”, acrescentou Galassi, cujo estudo foi publicado, a 11 de janeiro, na revista científica International Journal of Infectious Diseases.

ZAP //

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