Gaza recebe a primeira equipa de médicos estrangeiros, mas ainda falta combustível

Haitham Imad / EPA

Hospital Faixa de Gaza, 17 de outubro

Uma primeira equipa de dez médicos estrangeiros da Cruz Vermelha entrou esta sexta-feira na Faixa de Gaza, através da passagem egípcia de Rafah, juntamente com dez camiões com ajuda humanitária, mas sem combustível.

O porta-voz do lado palestiniano da passagem, Wael Abu Omar, declarou em comunicado que uma “delegação médica composta por dez médicos estrangeiros” entrou na Faixa de Gaza e que os camiões transportavam água, alimentos e medicamentos.

Com esta nova ajuda humanitária, 84 camiões, em seis lotes diferentes, entraram no enclave palestiniano através do Egito desde que Israel autorizou as operações, no sábado.

Fontes do lado egípcio de Rafah disseram à agência espanhola EFE que os médicos pertencem à Cruz Vermelha, a organização que tem gerido a entrada de ajuda através da passagem, mas não especificaram a nacionalidade.

Ainda falta combustível

O novo carregamento de ajuda humanitária não inclui combustível, que é necessário para hospitais, estações de dessalinização e outros serviços essenciais.

Esta sexta-feira, em Jerusalém, A coordenadora humanitária da ONU para os Territórios Palestinianos, Lynn Hastings, alertou que os geradores de emergência que alimentam serviços essenciais estavam “a ser desligados um a um devido à falta de combustível”.

Hastings referiu que uma quantidade limitada de combustível estava a entrar em Gaza, através de uma estação de bombagem “paga pelo Qatar” e levada “para Rafah com o conhecimento de Israel”.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados no Médio Oriente conseguiu ter acesso a 200 mil litros de combustível na quinta-feira, quando precisa de cerca de 130 mil litros por dia, acrescentou.

Contextualização

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por ataques sem precedentes, pela violência e dimensão, que o grupo islamita palestiniano realizou em solo israelita a 7 de outubro.

Israel disse que o Hamas matou mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e raptou mais de duas centenas de israelitas e estrangeiros, que mantém como reféns na Faixa de Gaza.

Na sequência do ataque, Israel cortou o fornecimento de energia, água e combustível aos mais de dois milhões de residentes na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007.

O exército israelita tem bombardeado o pequeno território de 365 quilómetros quadrados desde então, com um balanço de mais de sete mil mortos, segundo os números mais recentes do Hamas.

// Lusa

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