O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, advertiu hoje que a ordem do exército israelita para a população do norte da Faixa de Gaza abandonar a zona pode levar a um “quase genocídio”.
“O Governo israelita está agora a dizer que 1,1 milhões de pessoas têm de deixar a parte norte de Gaza, tendo fechado todas as rotas de saída. Acreditamos que este é um assunto sério, de grande gravidade e preocupação“, disse Ramaphosa na cidade de Boksburg, no norte do país, onde o comité executivo nacional do seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC), se reúne este fim de semana.
“Apelamos à comunidade internacional, às Nações Unidas e a todos os outros organismos internacionais interessados para que garantam o estabelecimento da paz na Palestina e que o Governo israelita retire esta ordem de retirada das pessoas da parte norte de Gaza”, afirmou.
Ramaphosa, cujo partido tem defendido historicamente a causa palestiniana, advertiu que, “no final, isto será quase um genocídio, porque muitas pessoas vão morrer”.
E recordou que já esta semana apelou à “abertura de corredores humanitários para que a população de Gaza possa ter comida, água e eletricidade”.
“Este conflito pode ultrapassar as fronteiras de Israel e da Palestina e mergulhar todo o Médio Oriente num conflito que o mundo menos merece neste momento”, alertou Ramaphosa, que manifestou a sua “solidariedade com o povo da Palestina”.
Na quinta-feira, Ramaphosa instou a comunidade internacional a acelerar o seu apoio a um processo inclusivo com vista a uma paz duradoura que resulte num “Estado palestiniano viável, coexistindo lado a lado com Israel em paz, dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital”.
O exército israelita informou hoje a população do norte de Gaza que tinha até às 16:00 locais (14:00 em Lisboa) para se deslocar para o sul do enclave através de uma série de estradas específicas que, segundo o exército, não serão bombardeadas até essa hora.
A mensagem surge após o prazo de 24 horas que Israel deu aos 1,1 milhões de habitantes do norte da Faixa de Gaza na madrugada de sexta-feira, antecipando uma intensificação dos ataques ao enclave palestiniano.
O grupo islamita Hamas lançou há uma semana um ataque surpresa contra Israel com milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.
Israel anuncia morte de Ali Qadi
As forças israelitas também avançaram este sábado que Ali Qadi, comandante da força de elite do Hamas conhecida como Nukhba e alegado líder do ataque levado a cabo no último sábado, está morto.
Num comunicado, e com base em informações fornecidas pelos serviços secretos de Israel, o exército refere que Qadi foi abatido na sequência de um bombardeamento com um drone.
Uma fonte do Hamas, contactada pela agência noticiosa France-Presse (AFP), não comentou a notícia da alegada morte do comandante. No entanto, o Hamas confirmou tratar-se de um comandante da unidade Nukhba.
ZAP // Lusa
«…O Sionismo, sem dúvida, desencadeará uma terrível guerra religiosa na Palestina: mais um exemplo do progresso retrógrado que os tratados trouxeram à humanidade. O «Osservatore Romano» relata que, entre os emigrantes judeus que estão a chegar em grande número, há fanáticos que falam em destruir relíquias Cristãs. E isso não é tudo. Junto com a guerra religiosa, o Sionismo traz a guerra social. Judeus da Polónia, Rússia, e Roménia, exigem a divisão da terra e a expulsão dos nativos. Nathan Strauss, o bilionário Norte-Americano, diz sem rodeios que «os muçulmanos encontrarão outros lugares para viver…». Uma maneira admirável de reunir, na Ásia-Menor e ainda mais longe, todo o Islão contra o Ocidente…» – Jacques Bainville