Os gatos fazem quase 300 expressões faciais diferentes

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Enquanto os humanos fazem apenas 44 movimentos faciais, os gatos conseguem fazer quase 300 expressões faciais diferentes.

Os gatos, muitas vezes vistos como criaturas enigmáticas, há muito tempo que são incompreendidos no que diz respeito às suas expressões emocionais.

Ao contrário dos cães, os gatos são conhecidos pelas suas formas subtis e misteriosas de comunicar. No entanto, um estudo recente publicado na revista Behavioral Processes revelou uma descoberta fascinante: os gatos utilizam cerca de 300 expressões faciais distintas para interagir uns com os outros.

“Há claramente muita coisa a acontecer de que não temos conhecimento”, remata Daniel Mills, da Universidade de Lincoln.

Para recolher dados, a investigadora Lauren Scott, do Centro Médico da Universidade do Kansas, passou cerca de um ano a observar 53 gatos domésticos adultos de pelo curto num café de gatos em Los Angeles. Gravou 194 minutos de vídeo, captando 186 interações entre felinos.

De acordo com a Smithsonian Magazine, a sua análise revelou um número surpreendente de 276 expressões distintas formadas pela combinação de 26 movimentos faciais diferentes. Estes movimentos incluíam mudanças na posição das orelhas, pestanejar, lamber o nariz, movimentos dos bigodes e da boca.

Em comparação, os humanos fazem cerca de 44 movimentos faciais e os cães têm 27. Das expressões observadas nos gatos, cerca de 45% foram classificadas como amigáveis, 37% como agressivas e 18% como ambíguas.

“Estas descobertas mostram que é bom olhar para as orelhas, olhos e bigodes de um gato para perceber se ele se está a sentir amigável. A sua boca fornece muita informação sobre a probabilidade de uma luta de gatos. As pessoas podem pensar que as expressões faciais dos gatos servem apenas para avisar os outros gatos e as pessoas, mas isto mostra como os gatos de estimação podem ser sociais e tolerantes”, sublinha a coautora Brittany Florkiewicz.

Além disso, os investigadores identificaram uma “cara de brincadeira comum” entre os gatos, caracterizada por um maxilar caído e cantos da boca puxados para trás. Esta expressão é semelhante às observadas em cenários de brincadeira em humanos, cães e macacos.

Todavia, o estudo não descodificou totalmente o significado de cada expressão. Ainda assim, foram detetados alguns padrões: durante as interações amigáveis, os gatos tendem a mover as orelhas e os bigodes na direção uns dos outros, enquanto que nos encontros hostis os afastam. Os encontros hostis são marcados por pupilas estreitas e orelhas achatadas.

Os resultados deste estudo podem ajudar as pessoas a adotarem gatos com maior probabilidade de se darem bem com os seus atuais animais de estimação. Além disso, pode ajudar os donos de animais de estimação a compreender melhor os seus companheiros felinos.

“O nosso estudo demonstra que a comunicação dos gatos é mais complexa do que se supunha anteriormente. A nossa esperança é expandir o tamanho da nossa amostra para incluir gatos que vivem noutros locais, analisando as expressões faciais de gatos que vivem em casas com vários gatos, colónias selvagens”, atira Florkiewicz.

ZAP //

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