Faith Kipyegon manteve a sua fé depois de ter ficado sem a medalha de prata nos 5.000 metros – que depois recuperou. E ainda vai à “sua” luta.
Faith Kipyegon ficou feliz, ficou frustrada, pouco convencida, recorreu de uma decisão e voltou a sorrir. E a chorar, já no dia seguinte.
A queniana, especialista em meio-fundo, ficou no 2.º lugar na final dos 5.000 metros nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Na prova que decorreu na segunda-feira, Kipyegon só ficou atrás de Beatrice Chebet, também do Quénia.
No entanto, minutos depois, foi anunciada a sua desqualificação e a consequente retirada da medalha de prata.
O motivo: um “chega para lá” à recordista mundial Gudaf Tsegay (Etiópia) quando faltavam duas voltas para o final.
This is a dispute between two athletes running a race. Faith Kipyegon was the one who held back Gudaf Tsegay’s arm first!! And Tsegay, responded angrily by fending Faith off 🕵🏾 #Athletics #RaceDispute https://t.co/sd3Kw1luc3 pic.twitter.com/yDXFc4Tef6
— Hermela Brook (@HermelaBrook) August 6, 2024
Foi uma decisão que surpreendeu até as outras atletas. A vencedora Chebet estava a passar pela holandesa Sifan Hassan (medalha de bronze) na zona de entrevistas quando soube da desqualificação. “Mas porquê?”, perguntava.
Já Hassan não estava mais feliz por ter subido um lugar: “Para mim, prata ou bronze é igual. Estou feliz. Estou feliz pela Nadia Battocletti (Itália), que fica com o bronze”.
Mas a decisão foi revertida. Logo na altura, ficou a sensação de que Gudaf Tsegay é que se colocou no caminho de Faith Kipyegon; a queniana teve uma reacção por instinto, ao tocar-lhe no braço.
Kipyegon recorreu e, horas depois, o júri deu-lhe razão: fica mesmo com a medalha de prata.
No dia seguinte, esta terça-feira, a queniana foi ao pódio e logo a seguir começou a entrevista à Eurosport a chorar.
“Estou feliz e espero estar bem” na próxima prova, deixando uma palavra para a família.
A próxima prova é a meia-final dos 1.500 metros. Já está a pensar na sua “especialidade”, segundo palavras da própria: Faith Kipyegon é bicampeã olímpica dos 1.500 metros; venceu a prova no Rio de Janeiro 2016 e em Tóquio 2020.