A Polícia Judiciária (PJ) deteve três homens suspeitos do homicídio de um agente da PSP, após agressõs junto à discoteca MOME, em Lisboa, na madrugada de sábado, 19 de Março. São dois fuzileiros e um civil com idades entre os 21 e os 24 anos.
Os três cidadãos portugueses passaram a noite no estabelecimento prisional anexo à PJ de Lisboa. Há “fortes indícios da prática de crimes de homicídio qualificado e ofensa à integridade física qualificada”, aponta o comunicado a PJ.
Os três suspeitos agrediram cinco agentes da PSP que se encontravam de folga, mas que tentaram terminar com uma rixa à porta da discoteca MOME, uma das mais populares de Lisboa.
Um dos agentes agredidos, Fábio Guerra, acabou por falecer depois de ter passado dois dias em coma, no Hospital de São José, devido a graves lesões cerebrais.
A PJ também fez buscas às casas e viaturas dos suspeitos, bem como na unidade militar onde os dois fuzileiros frequentavam o curso de promoção a primeiro-marinheiro.
Os dois militares, Vadym Hrynko e Cláudio Coimbra, de 22 e 21 anos, respectivamente, estavam retidos na Base do Alfeite desde sábado à tarde, como refere o Correio da Manhã (CM). As câmaras de videovigilância à porta da discoteca permitiram identificá-los como estando entre os participantes na violenta agressão aos cinco agentes da PSP.
Os dois fuzileiros terão garantido não ter participado na agressão ao agente Fábio Guerra, atribuindo culpas ao civil suspeito que conhecem por todos frequentarem o mesmo ginásio na zona de Sesimbra, como realça o CM. Contudo, as provas recolhidas pela PJ indicam o contrário, de acordo com fonte ouvida pelo mesmo jornal.
Entretanto, a PJ está ainda a investigar, nomeadamente para identificar outros elementos envolvidos nas agressões.
Os três suspeitos detidos vão ser presentes a um juiz de instrução criminal nesta terça-feira.
O funeral de Fábio Guerra também deverá realizar-se nesta terça-feira. As cerimónias vão incluir um cortejo que partirá de Lisboa, passando em frente ao Comando Metropolitano da PSP, em Moscavide, onde o agente trabalhava, para receber uma última homenagem dos colegas.
Depois, o carro funerário seguirá para a Covilhã de onde o polícia de 26 anos era natural.
O CM refere que o director nacional da PSP, Magina da Silva, ainda vai decidir se o polícia terá direito a honras fúnebres, uma vez que estava de folga no dia em que foi agredido. Se se confirmar a teoria de que Fábio Guerra se identificou como polícia, terá direito a essas honras fúnebres, como sublinha o CM.
Faleceu hoje o nosso camarada Fábio Guerra, na PSP desde 2019.
Não hesitou intervir para tentar fazer cessar violentas agressões. Foi agredido, sofrendo lesões que acabaram por lhe provocar a morte.
Honrou, até às últimas consequências, a sua condição policial e o seu juramento pic.twitter.com/uAYpkemg3K— PSP – Polícia de Segurança Pública (@PSP_Portugal) March 21, 2022
Ministro da Defesa fala de “uma tragédia”
O ministro da Defesa Nacional já garantiu que os factos que conduziram à morte do agente da PSP “serão apurados e imputados” a quem agiu “ao arrepio da lei e dos valores militares como a honra e a disciplina“, destacou João Gomes Cravinho na rede social Twitter.
Cravinho também expressou as “sentidas condolências” à família e amigos de Fábio Guerra, assim como à Direcção Nacional da PSP, falando de uma “brutal agressão”.
“A Marinha já deu indicação que tem toda a disponibilidade para cooperar com a Justiça, como não poderia deixar de ser”, vincou ainda o ministro, notando que se trata de “uma tragédia”.
No domingo, a Marinha Portuguesa revelou que os dois fuzileiros suspeitos estão a responder a um inquérito interno e “à disposição das autoridades” para as investigações.
Também a ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, lamentou a morte de Fábio Guerra, realçando a sua coragem e garantindo que as autoridades tudo farão para “o rápido esclarecimento dos factos”.
O Presidente da República manifestou, igualmente, a “tristeza e pesar pela perda de uma vida em circunstâncias tão trágicas“.
“O agente Fábio Guerra será recordado pela sua abnegação, coragem e dedicação ao serviço do próximo e da segurança pública”, aponta ainda a mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa divulgada no site da Presidência, endereçando as suas “mais sentidas condolências à família do agente, bem como aos seus amigos e aos profissionais da PSP”.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, também já demostrou “solidariedade para com a família e com a PSP”, notando o “enorme pesar e tristeza” com a morte de Fábio Guerra e realçando que “estas situações de violência não podem ter lugar em Lisboa”.
É com enorme pesar e tristeza que lamento o falecimento do Agente Fábio Guerra. Estas situações de violência não podem ter lugar em Lisboa. A minha solidariedade para com a família e para com a @PSP_Portugal.
— Carlos Moedas (@Moedas) March 21, 2022
ZAP // Lusa
!Pesar! não nos serve para absolutamente nada. Nada. Nada. Nada. Nada. Nada. Tratem é de ressuscitar o rapaz. Não conseguem? então porque fazem tudo para propiciar este estado de coisas? Ah, nada têm a ver com o assunto, e depois mostram-se (não ficam) escandalizadíssimos com a existência daquela 3ª força política – da casta dos intocáveis…
Com a tal de democracia a resvalar para extremismos por fenómenos de clientelismo extremo e impunidade quase total contra crimes graves (e severidade extrema no caso de se ofender algum juíz, curiosamente), eis um desfecho que infelizmente pouco tem de surpreendente. Quem semeia, colhe. Ressuscitem o rapaz ou desamparem a loja.
É lamentável, casos destes virem da parte de quem por dever e formação deveriam ser os defensores da ordem, da parte dos policiais cumpriram e pagaram caro, da parte dos fuzileiros portaram-se como marginais e para além do crime cometido, mancharam a instituição a que pertencem.
A Primeira coisa a fazer é a Justiça condenar e a seguir fazer como fazem aos Portugueses lá fora e corretamente quando cometem crimes, Repatriar e nunca mais poderem viver no Pais onde cometeram os Crimes , e falo porque já aconteceu a Portugueses que conheço que foram repatriados em Países onde viviam há mais de 20 anos.
Obviamente os que forem condenados e forem Portugueses de origem devem ter mão pesada