Feijóo é um político veterano e moderado, de 60 anos, que já conseguiu quatro várias maiorias absolutas na Galiza.
O atual presidente do Governo regional da Galiza, Alberto Núñez Feijóo, realçou ontem no primeiro dia do congresso do Partido Popular (direita) em Sevilha (Andaluzia) que se candidata a presidente da formação “para ganhar e governar” Espanha. Feijóo, de 60 anos, que há 13 anos lidera a região da Galiza, é o único candidato a suceder a Pablo Casado, de 41 anos, que foi deposto depois de um conflito com Isabel Díaz Ayuso, a estrela em ascensão do partido e presidente da região de Madrid.
“Vim aqui para ganhar e para governar. Se não, não tinha vindo“, disse o futuro presidente do PP, o maior partido da oposição espanhola, quando apresentou a sua candidatura aos mais de três mil delegados presentes no XX Congresso Nacional. O futuro líder agradeceu ao ainda presidente do PP, Pablo Casado, por ter “segurado a bandeira do PP” durante um período de “enorme dificuldade“, uma bandeira que agora entrega em “um enorme esforço de generosidade”.
No seu discurso, Feijóo teve palavras de louvor a todos os presidentes do partido, desde Manuel Fraga a Antonio Hernández Mancha, José María Aznar, Mariano Rajoy e Pablo Casado. “O meu respeito pelo presidente Casado. Já percorreu o Caminho de Santiago muitas vezes e vai fazê-lo mais algumas vezes. Todos sabem que no Caminho de Santiago há muitas etapas e sabem que há trechos muito duros, muito duros”, disse.
Depois de pedir aos membros do PP que viessem no sábado para votar na sua candidatura à presidência, Feijóo afirmou que “nada começa hoje”, mas que “a grande história do Partido Popular de Espanha” continua. “O passado não nos pode endurecer, porque temos de acompanhar os tempos, temos de aceitar as críticas, corrigir os erros que foram cometidos como partido ou em nome do nosso partido, claro, mas sejamos justos e respeitosos com os factos e, portanto, connosco próprios, e peçamos aos outros que sejam justos e respeitosos também”, disse Feijóo.
O novo presidente do PP, pediu uma unidade “não negociável” ao seu partido e prometeu que, se o ajudarem a fazer uma boa oposição, “haverá um Governo” e incluirá nele todas as posições com as quais não pode contar nesta fase. Com o seu discurso, o único candidato à liderança encerrou o primeiro dia do Congresso Nacional do PP, afirmando que não tem um sonho, mas tem uma convicção: que o PP é um grande partido, não um pequeno, o das maiorias absolutas de José María Aznar e Mariano Rajoy.
A reunião magna da formação, que vai tentar relançar o partido como alternativa à atual coligação governamental de esquerda, formada pelo Partido Socialista (PSOE) e o Unidas Podemos (extrema esquerda), irá terminar hoje com a previsível eleição de Feijóo. O congresso põe fim a uma guerra interna que começou há mais de um mês com o conflito aberto entre a liderança cessante de Pablo Casado e a presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso.
O conflito foi desencadeada pelas acusações feitas pela direção do PP de uma alegada espionagem contra a presidente da região de Madrid, que a equipa de Pablo Casado sempre negou ter feito, e dúvidas manifestadas sobre a exemplaridade de Isabel Ayuso, devido a contratos feitos pelo Governo regional de Madrid que teriam beneficiado o seu irmão.
Feijóo é um político veterano e moderado, de 60 anos, que já conseguiu quatro várias maiorias absolutas na Galiza, região em que conseguiu conter o crescimento da extrema-direita (Vox). O futuro líder nasceu em Ourense (Galiza) em 1961 e é licenciado em Direito pela Universidade de Santiago de Compostela, de acordo com o seu perfil na página do Governo regional.
Em 1991, iniciou a sua carreira política como secretário-geral técnico do Departamento de Agricultura e Florestas e em 1996 mudou-se para Madrid para fazer parte do Governo de José María Aznar, onde foi nomeado Secretário-Geral da Saúde no Ministério da Saúde, cargo que assumiu até 2000. Depois de passar por várias instituições públicas e privadas, Núñez Feijóo concorreu para o parlamento galego em 2009, tendo ganho essa eleição, a primeira de quatro por maioria absoluta, sendo presidente do Governo regional desde 18 de abril de 2009.
Na intervenção que fez esta tarde, Pablo Casado despediu-se do lugar que ocupa desde 2018, defendendo que construiu uma “alternativa fiável e credível” que agora deixa a Alberto Núñez Feijóo. O ainda presidente do PP anunciou no final da sua intervenção que decidiu abandonar o seu lugar no Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento), assim como “qualquer responsabilidade no partido”.
Antes da intervenção de Casado, os ex-primeiros-ministros do PP Mariano Rajoy (2011-2018) e José María Aznar (1996-2004) tinham dado a Alberto Núñez Feijóo o seu apoio firme, ao mesmo tempo que o incentivaram a não falhar.
// Lusa
Em março de 2013 o jornal El País ( 30 de março de 2013) publicou umas fotografias nas que Feijóo aparecia de férias com narcotraficante Marcial Dorado no ano 1995.Citação da Wikipédia.
Mais um galego a tentar lutar contra a máfia do PP…