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Fundador dos Legionários de Cristo abusou sexualmente de 60 rapazes (incluindo os seus próprios filhos)

O abuso sexual de menores foi uma prática comum entre os religiosos da cúpula da congregação católica dos Legionários de Cristo Pelo menos 60 menores foram abusados pelo fundador Marcial Maciel, segundo um relatório do grupo.

Entre 1941 e 2019, foram vítimas de abuso 175 menores, às mãos de 33 padres. Pelo menos 60, cerca de um terço, foram vítimas do próprio padre Maciel. A maioria eram rapazes entre os 11 e os 16 anos. Embora o relatório note que os 33 padres são apenas 2,4% dos 1353 padres ordenados pelos Legionários, salienta que 43% dos que cometeram abusos estavam em posições de autoridade, dificultando a denúncia ou a punição.

O relatório, elaborado pela própria congregação, é importante porque, segundo o jornal Público, durante décadas, até 2006, incluindo todo o pontificado do Papa João Paulo II, o Vaticano negou acusações de seminaristas que diziam ter sofrido abusos sexuais do padre Maciel, alguns desde crianças.

Dos 33 padres, seis já morreram, oito já não são padres e outro abandonou a congregação. Dos 18 que permanecem, todos estão afastados da prática pastoral com menores, quatro têm restrições na sua atividade e estão submetidos a um plano de segurança. 14 já não exercem práticas religiosas em público. Setenta e e quatro seminaristas também abusaram de menores e 81% não foram ordenados.

​Maciel, que morreu em 2008, abusou até de filhos que teve secretamente com pelo menos duas mulheres. Estes filhos só foram descobertos depois da morte de Maciel. O padre visitava-os regularmente e enviava-lhes dinheiro. O padre também usava drogas.

O Vaticano reconheceu pela primeira vez os crimes de Maciel em 2006, quando o Papa Bento XVI ordenou que se retirasse para uma vida de “oração e penitência”. Porém, Bento XVI resistiu aos pedidos daqueles que consideravam que a ordem devia ser dissolvida por estar completamente corrompida.

O cardeal Angelo Sodano, de 92 anos, que foi secretário de Estado do Vaticano e figura chave do pontificado de João Paulo II, foi um dos maiores protetores dos Legionários no Vaticano.

O Papa Francisco aceitou a sua saída do cargo de decano do Colégio Cardinalício no sábado e simultaneamente mudou a lei da igreja para limitar a posição a um mandato de cinco anos, em vez de vitalício.

ZAP //

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