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França ameaça proibir manifestações

Yoan Valat / EPA

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O Presidente francês, François Hollande, ameaçou proibir manifestações, um dia depois de violentos protestos em Paris contra a reforma laboral que o governo prometeu aprovar independentemente da contestação.

“Numa altura em que a França acolhe o Euro, em que enfrenta o terrorismo, as manifestações não serão autorizadas se as condições de preservação dos bens e das pessoas e da propriedade pública não forem garantidas”, declarou esta quarta-feira o chefe de Estado no Conselho de Ministros, segundo o porta-voz do governo Stéphane Le Foll.

Além dos 40 feridos nos confrontos com a polícia, entre os quais 29 agentes, as manifestações de terça-feira em Paris contra a reforma laboral resultaram na destruição de caixotes do lixo, que foram incendiados, e em estragos em estabelecimentos comerciais, bem como na destruição das janelas de um hospital psiquiátrico. 44 pessoas foram detidas.

Desde março que a reforma sobre a lei laboral está no centro de uma viva, e por vezes violenta, contestação.

Apresentada como um modo de flexibilizar o mercado de trabalho e reduzir o desemprego, a reforma laboral é vista pelos manifestantes como conduzindo a mais precariedade e redutora dos direitos dos trabalhadores.

As greves de terça-feira fecharam a Torre Eiffel e interromperam ligações de transportes e, nos últimos meses, têm perturbado fortemente os transportes aéreos e ferroviários e já causaram falta de combustível e fizeram o lixo amontoar-se nas ruas de Paris.

Dois outros dias de greves e manifestações por toda a França estão já previstos para 23 e 28 de junho.

O primeiro-ministro socialista, Manuel Valls, anunciou esta quarta-feira que recusa em abandonar a reforma contestada, argumentando que o texto foi “o resultado de um compromisso com os sindicatos reformistas“.

“Peço à CGT para não organizar mais este tipo de manifestações em Paris”, declarou Valls à rádio France Inter, referindo que o Governo assumirá as suas responsabilidades, apesar de não poder decretar a proibição geral dos protestos.

ZAP / Lusa

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