Inacreditável: ninguém previa este final do França-Alemanha. É um dos choques dos Jogos Olímpicos

Alex Plavevski / EPA

Dika Mem no chão, depois da derrota da França contra a Alemanha nos Jogos Olímpicos Paris 2024

Franceses eram favoritos à medalha de ouro mas, afinal, nem chegam às meias-finais. Falha de amador aos 60 minutos.

A França, dominadora do andebol masculino ao longo dos últimos anos, especialmente nos Jogos Olímpicos, estava a jogar em casa em Paris 2024.

Obviamente era favorita à conquista da medalha de ouro mas, afinal, nem vai ficar com nenhuma medalha. Algo inédito nos últimos 20 anos.

Os tricampeões olímpicos – em 2021, 2012 e 2008 – já não tinham convencido na fase de grupos: perderam os dois primeiros jogos (Dinamarca e Noruega), empataram com o Egipto e só venceram contra a Hungria.

Nos quartos-de-final tinham pela frente a poderosa Alemanha, que no entanto tinha sido derrotada pelos franceses por esclarecedores 35-28 no Mundial do ano passado.

O duelo de titãs desta quarta-feira foi, como se esperava, emocionante e equilibrado. Mas a França parecia ter o jogo controlado logo na primeira parte: chegou a uma vantagem de 5 golos e vencia ao intervalo por 17-14.

No início da segunda parte a toada manteve-se, franceses com margem confortável. Até que, a meio do segundo tempo, os alemães acordaram e deram a volta (26-25).

A França não tremeu, deu a volta rapidamente e, a 14 segundos do fim, vencia por 29-27. Dois golos de diferença, com tão pouco tempo para jogar… Estava ganho? Não.

Livre de 7 metros, golo da Alemanha. Os franceses ainda deixaram passar uns segundos e depois pediram desconto de tempo.

6 segundos para o final, França vencia por 29-28 e tinha a bola nas suas mãos.

O problema foram as mãos de Dika Mem:

O jogador francês recebeu a bola no meio-campo, hesitou, ficou rodeado por quatro adversários, e fez um mau passe aéreo, que o alemão Julian Koster conseguiu interceptar; roubo de bola inesperado a meio do campo, contra-ataque e golo a décimos de segundo do fim.

Renars Uščins – que até nasceu na Letónia – foi o herói alemão, ao marcar o golo. Ainda houve revisão no vídeo-árbitro, mas o golo foi confirmado. Dika Mem nem sabia onde se haveria de esconder.

No prolongamento, o mesmo protagonista do lado da Alemanha: com 34-34 a 15 segundos do fim, ataque rápido alemão e novamente Renars Uščins a marcar (grande golo). A França ainda tentou empatar a um segundo do final, mas o guarda-redes David Spath não deixou, com uma grande defesa a Valentin Porte. 35-34 para a Alemanha.

Se havia modalidade em que os franceses tinham a “certeza” que iriam ganhar uma medalha, era no andebol masculino. Não vai acontecer. E a forma como perderam vai demorar a ser esquecida.

Com esta derrota, Nikola Karabatić despediu-se do andebol. Aos 40 anos, sai de cena um dos melhores de sempre na modalidade.

A Alemanha segue para as meias-finais, onde vai defrontar a Espanha, que tinha derrotado o Egipto por 29-28 noutro jogo “louco”, só decidido no prolongamento, e em que os egípcios venciam por 4 já na segunda parte.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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