Descoberto fóssil invulgar de “esquilo voador” gigante do tamanho de um gato

Óscar Sanisidro / Journal of Mammalian Evolution

Reconstrução do extinto esquilo voador europeu Miopetaurista, pelo biólogo espanhol Óscar Sanisidro

A descoberta, feita num sumidouro no Tennessee, pode ser o fóssil de Miopetaurista mais antigo alguma vez encontrado na América do Norte.

Os investigadores descobriram provas de que esquilos voadores gigantes, tão grandes como os atuais gatos domésticos, pairaram pelas florestas da América do Norte há cerca de 5 milhões de anos. A descoberta surge após a identificação de um fóssil invulgar encontrado num antigo sumidouro no Tennessee.

O fóssil, identificado como pertencente ao género extinto Miopetaurista, fazia parte de um conjunto de restos de animais descobertos há 25 anos no Gray Fossil Site, no leste do Tennessee. Embora os fósseis de Miopetaurista se encontrem normalmente na Ásia, há dois exemplares registados anteriormente na Flórida.

O novo estudo, publicado no Journal of Mammalian Evolution, sugere que este espécime do Tennessee pode ser o mais antigo fóssil de Miopetaurista alguma vez encontrado na América do Norte.

“É espantoso imaginar estes esquilos voadores gigantes a planar sobre rinocerontes e mastodontes que viviam nas florestas do Tennessee há 5 milhões de anos”, disse Joshua Samuels, coautor do estudo e professor associado de geociências na East Tennessee State University.

Os cientistas acreditam que o Miopetaurista migrou para a América do Norte durante o início do Plioceno (5,3 a 2,6 milhões de anos atrás), quando uma ponte terrestre ligava o continente à Ásia. A antiga paisagem do Tennessee proporcionava florestas quentes semelhantes às da Ásia, criando um ambiente hospitaleiro para a espécie.

A identificação do espécime de Miopetaurista baseou-se num único dente encontrado no Gray Fossil Site, que também produziu fósseis de outros animais selvagens invulgares da época. O sumidouro do local formou-se há cerca de 5 milhões de anos, acabando por se encher de água e criar um lago rodeado de floresta. Com o tempo, os sedimentos e a lama preservaram os restos de animais que morreram no local, explica Live Science.

O Miopetaurista pesava cerca de 1,5 quilogramas, muito mais do que os esquilos voadores do norte (Glaucomys sabrinus) do atual Tennessee, que pesam apenas 71 gramas. O estudo sugere que os Miopetauristas prosperaram até ao início da Idade do Gelo do Pleistoceno, há cerca de 2,6 milhões de anos, altura em que o arrefecimento das temperaturas os obrigou a refugiarem-se em climas mais quentes, como a Flórida.

“À medida que o clima foi arrefecendo, a Idade do Gelo do Pleistoceno levou ao isolamento destes esquilos voadores gigantes em refúgios mais quentes como a Flórida, o que acabou por contribuir para a sua extinção”, remata Montserrat Grau-Camats, investigadora do Instituto Catalão de Paleontologia, em Espanha.

ZAP //

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