Depois de ter desvendado detalhes sobre a cloaca dos Psitacossauros, o fóssil SMF R 4970 revelou agora que alguns dinossauros tinham umbigos.
O “umbigo” mais velho alguma vez descoberto foi encontrado num fóssil de um dinossauro descoberto na China. A cicatriz não foi causada por um cordão umbilical, como nos mamíferos, mas antes pelo saco vitelino da criatura que punha ovos e que viveu há cerca de 130 milhões de anos.
Outros animais modernos que também põem ovos para se reproduzirem, como as cobras e os pássaros, perdem a cicatriz do umbigo nos primeiros dias ou semanas de vida. No entanto, em alguns casos, como nos jacarés, a cicatriz dura toda a vida.
O fóssil de Psitacossauro agora descoberto é mais semelhante à situação dos jacarés. Segundo um novo estudo publicado na BMC Biology, a cicatriz no dinossauro deve ter durado pelo menos até a este atingir a maturidade sexual e pode até ter-se mantido durante muito mais tempo.
Este é o primeiro exemplo da descoberta de um umbigo num dinossauro não-aviário e abre a porta à possibilidade de todos os dinossauros terrestres também terem esta cicatriz, sublinha o Science Alert.
“Este exemplar de Psitacossauro é provavelmente o fóssil mais importante que temos para estudar a pele dos dinossauros e continua a revelar surpresas às quais podemos dar vida com novas tecnologias, como as imagens de laser”, revela o paleontólogo de vertebrados e autor principal do estudo, Phil Bell.
O fóssil em questão está num incrível estado de preservação, sendo ainda visíveis as escamas individuais, as plumas longas da cauda e a primeira cloaca alguma vez vista num dinossauro não-aviário. Foi encontrado na China em 2002 e chamado SMF R 4970.
Os detalhes permitiram aos cientistas criar imagens com lasers que identificavam mudanças nos padrões da pele e das escamas no local onde o umbigo do dinossauro estaria. O tamanho das escamas sugere que a cicatriz não foi causada por um trauma ou por uma doença.
Já há algum tempo que os especialistas especulavam que os dinossauros que punham ovos teriam esta cicatriz, mas esta é a primeira prova concreta disso e funciona assim como mais um presente do SMF R 4970 à ciência.
