Federação vai propor alterações profundas no principal campeonato espanhol. Há semelhanças com a futura Liga dos Campeões mas La Liga rejeita qualquer mudança: “Tem sido um êxito”.
O principal campeonato espanhol de futebol pode ficar muito diferente do que conhecemos e dos restantes campeonatos europeus. A Real Federação Espanhola de Futebol vai propôr alterações profundas à La Liga.
A revelação foi dada nesta quarta-feira por Luis Rubiales, presidente da federação, num evento da Europa Press: “Javier Tebas (presidente da Liga) e eu não pensamos igual, há que haver respeito. Mas nos próximos dias vou convidá-lo para mudar o formato da La Liga. Já alterámos o formato de muitas competições. Estamos em condições de apresentar um formato diferente, mais atrativo, com menos jogos e mais jornadas livres no calendário. Sedes neutras, menos jornadas… e claro que se pode estudar jogar no estrangeiro”.
Não há um documento oficial, pelo menos que tenha sido publicado, sobre a eventual nova La Liga, mas o jornal Marca já deixou na noite passada algumas pistas sobre o que a federação quer alterar, com o objetivo de aumentar o interesse pela competição e ganhar mais receitas.
Há semelhanças com a nova Liga dos Campeões, que a partir de 2024 vai deixar de ter oito grupos e passará a ser composta apenas por um grupo alargado, uma liga de 36 equipas – mas na qual cada equipa só vai jogar 10 vezes, com cinco partidas em casa e cinco fora.
A ideia de Rubiales será, não aumentar o número de equipas como vai acontecer na Liga dos Campeões (de 32 para 36) mas sim diminuir o número de equipas participantes na primeira divisão, para tornar o calendário menos apertado.
Acabaria o formato habitual de “todos contra todos” e seria também deixado de lado o sistema de duas voltas, em que cada equipa defronta o mesmo adversário duas vezes por época. Haveria uma espécie de campeonato “irregular”, sem 38 jornadas, sem calendário simétrico de ida e volta, e com uma fase final que seria disputada num campo neutro. Assim ficaria reforçada a possibilidade de serem disputados mais “jogos grandes” por temporada.
Também seriam alterados os critérios para desempatar equipas na classificação final, o formato de descida de divisão e o método de decidir quem vai jogar nas competições europeias na época seguinte.
A Real Federação Espanhola de Futebol, desde que é liderada por Luis Rubiales, já alterou os calendários de diversas competições: Supertaça (que agora envolve quatro equipas, em vez de duas), Segunda Divisão B, Taça do Rei, e o futebol feminino.
A ideia da Superliga Europeia também pode ter inspirado o presidente da federação, que quer igualmente tornar a competição mais interessante, com mais audiências.
A La Liga já reagiu, em comunicado: “Não vamos mudar o formato de qualquer competição. Tudo tem sido um êxito”.