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Físicos transformaram hidrogénio em metal

(dr) Ranga Dias, Isaac F. Silvera / Harvard University

Os investigadores usaram dois diamantes sintéticos para ‘esmagar’ hidrogénio líquido e transformá-lo em metal

Investigadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, anunciaram ter criado metal a partir de hidrogénio, o gás mais leve e abundante no Universo, anunciou a instituição esta quinta-feira no seu site.

Segundo os autores da pesquisa, o novo hidrogénio metálico poderá vir a tornar os carros elétricos mais eficientes, melhorar o desempenho de equipamentos eletrónicos, o armazenamento de energia e revolucionar o sistema de propulsão de naves e foguetões.

Um dos autores da investigação, Isaac Silvera, citado no portal da universidade, considera por isso fundamental perceber se o metal de hidrogénio é estável a pressões e temperaturas normais.

Uma das teorias é que o hidrogénio metálico é metastável, isto é, o hidrogénio continua metal mesmo quando lhe é retirada a pressão, assinalou.

O cientista lembrou, a este propósito, que os diamantes se formam a partir da grafite debaixo de “intenso calor e pressão”, mas continuam a ser diamantes quando “a pressão e o calor são eliminados”.

Na experiência, cujos resultados foram publicados esta quinta-feira na revista científica Science, o grupo de investigadores comprimiu uma minúscula amostra de hidrogénio a 495 gigapascal, uma pressão superior à do centro da Terra.

A esta pressão, esclarece Isaac Silvera, moléculas de hidrogénio sólido partem-se e separam-se, transformando-se em hidrogénio atómico, que é metal.

De momento, o minúsculo pedaço de metal obtido apenas pode ser visto através de dois diamantes sintéticos que foram usados para ‘esmagar’ hidrogénio líquido a uma temperatura muito abaixo do congelamento.

“Trata-se da primeira amostra de hidrogénio metálico na Terra. Quando a vemos, estamos a ver algo que não existia antes”, sublinhou o cientista, acrescentando que o material, que foi teorizado há cem anos, “é o Santo Graal da física de alta-pressão”.

ZAP // Lusa

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