Nada é impossível, e uma equipa de químicos acaba de o provar. Os cientistas criaram um novo composto de plutónio (Pu) com um estado de oxidação pentavalente inesperado – Pu (V).
Este novo composto – Pu (V) – é sólido e estável e pode representar uma fase transitória nos repositórios de resíduos radioativos. O artigo científico foi publicado em outubro na Angewandte Chemie.
Uma das propriedades mais fundamentais do comportamento químico do plutónio é a variedade dos seus estados de oxidação. Este estado é definido pelo número de eletrões que são removidos dos orbitais de valência de um átomo neutro.
Quatro estados de oxidação (de III a VI) podem coexistir sob condições ambientais, já os estados (VII) e (VIII) são propostos como estáveis sob condições oxidantes altamente alcalinas. O plutónio no estado de oxidação pentavalente, Pu (V), possui três eletrões na camada 5f, deixando os orbitais 6d vazios.
“Tudo começou quando estávamos a tentar criar nanopartículas de dióxido de plutónio usando diferentes precursores”, contou Kristina Kvashnina, física do Helmholtz Zentrum Dresden-Rossendorf, citada pelo Sci-News.
Quando os pesquisadores usaram o precursor Pu (VI) perceberam que uma reação estranha ocorreu durante a formação das nanopartículas de dióxido de plutónio. “Todas as vezes que criamos nanopartículas a partir de outros precursores, Pu (III), (IV) ou (V), a reação foi muito rápida, mas aqui notamos um fenómeno estranho”, explicou Kvashnina.
Depois de terem realizado uma experiência de deteção de fluorescência de alta energia e resolução, os cientistas concluíram que o fenómeno deveria ser o Pu (V), plutónio pentavalente, uma forma nunca observada do elemento. Experiências posteriores confirmaram as premissas iniciais e demonstraram a estabilidade a longo prazo dessa fase.
“A existência desta nova fase sólida de Pu (V), que é estável, terá que ser levada em consideração a partir de agora”, disse Kvashnina. “Esta descoberta mudará as previsões teóricas do comportamento do plutónio no ambiente ao longo de um período de um milhão de anos.”
Que diabo, arranjem alguém que escreva bom português seja na grafia de acordo com o AO90 (e neste caso tenho que aceitar, infelizmente), ou pré-AO. Agora misturar tempos no passado e no presente é que não tem sentido. Veja-se, por exemplo: “Todas as vezes que criamos nanopartículas a partir de outros precursores, Pu (III), (IV) ou (V), a reação foi muito rápida”. Até posso aceitar o presente de “criamos” como forma literária mas, a partir do momento em que se diz que a reacção “foi” estamos no passado, logo terá que utilizar-se “criámos”, ou então terá que utilizar-se “é” no caso de se manter “criamos”. O mesmo se pode dizer da frase seguinte deste parágrafo. Não é uma questão de opção por AO ou não-AO, é saber conjugar tempos de verbos e isso aprende-se, ou aprendia-se, na escola!
Bicho chato dá no pé