Yilin Wong
Um acaso levou à extraordinária descoberta de espirais provocadas por reações químicas, que criaram pequenas rugas. Ao microscópio, são mais bonitas do que parecem.
Uma pastilha de germânio de 1 cm2 coberta com películas metálicas evaporadas em contacto com uma gota de água foi deixada a descoberto, por engano, durante a noite.
A estudante da UCLA (Universidade da Califórnia) Yilin Wong acordou no dia seguinte e decidiu, por curiosidade, dar uma vista de olhos ao microscópio: uns esquisitos pontos tinham aparecido, e Wong não entendia como.
Qual não foi a sua surpresa quando descobriu que incríveis padrões em espiral tinham sido gravados na superfície do germânio, através de uma reação química.
Eram centenas de espirais, quase idênticas. E a estudante percebeu de imediato que pequenas alterações nos parâmetros experimentais, como a espessura da película metálica, produziam padrões diferentes, incluindo espirais de Arquimedes, espirais logarítmicas, formas de flor de lótus, padrões radialmente simétricos, entre outros.
Outra das formas que podem assumir as espirais
“Eu estava a tentar desenvolver uma técnica de medição para categorizar biomoléculas numa superfície através da quebra e reforma das ligações químicas”, diz Wong à SciTechDaily. “Fixar moléculas de ADN num substrato sólido é bastante comum. Acho que ninguém que cometeu o mesmo erro que eu olhou por acaso para o microscópio”.
Junto com o professor Giovanni Zocchi, publicou então um estudo que analisa um sistema de a evaporação de uma camada de crómio com 10 nanómetros de espessura na superfície de uma bolacha de germânio, seguida de uma camada de ouro com 4 nanómetros.
A investigação do processo revelou que as películas de crómio e ouro estavam sob tensão e tinham sido delaminadas do germânio à medida que a reação catalítica prosseguia. A tensão resultante criou rugas na película metálica — são estas as responsáveis pelas incríveis imagens de espirais.
