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Financial Times escreve sobre o “desconforto” de Costa com os fogos

José Sena Goulão / Lusa

Há semanas, o Financial Times escrevia sobre as “perspetivas brilhantes” de Portugal. Hoje, o diário britânico recorda os incêndios que ainda colocam o primeiro-ministro em “desconforto”.

Esta quinta-feira, o britânico Financial Times dedicou uma reportagem a Portugal, na qual descreve o sentimento de “negligência”, no sentido de abandono, e o “desconforto” que ainda hoje quer António Costa, quer o Partido Socialista sentem quando se fala sobre o interior do país e sobre os fogos que afetaram várias zonas.

A publicação nota, a três dias das eleições legislativas, que o PS tem perdido terreno nas intenções de voto, “potencialmente afastando-o do objetivo de conseguir maioria absoluta”. Peter Wise, correspondente em Portugal do Financial Times, viajou até ao interior para descrever o “ressentimento” que ainda perdura, e que terá levado Costa a fazer campanha na Nacional 2, a “Route 66” de Portugal.

Segundo o Observador, o diário britânico recorda ainda os “mais de 100 mortos” que resultaram dos incêndios de 2017.

“Foi a crise mais grave que António Costa, o primeiro-ministro, enfrentou durante os seus quatro anos de mandato”, escreve o Financial Times, acrescentando que “as consequências continuam a ser um tema difícil de confrontar para o Sr. Costa”.

“Os fogos contribuíram para um sentimento de marginalização” e de “abandono” por parte de quem vive nas zonas que estão a sofrer mais com a desertificação, escreve ainda o diário britânico, sublinhando que a campanha na N2 espelha a “sensibilidade política” que continua a existir.

Em relação ao interior, António Costa prometeu aproveitar as suas riquezas, mas, segundo o jornal, “as pessoas que lá vivem já ouviram promessas como esta no passado”.

Apesar disso, o FT afirma que as “reversões das políticas de austeridade” deverão dar ao PS o resultado de partido mais votado nas eleições de domingo.

ZAP //

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