Dia de final da Liga dos Campeões – com relvado de “última hora”

Yoan Valat/EPA

Bolas da final da Liga dos Campeões 2021/22, no Estádio de França

Liverpool e Real Madrid no jogo decisivo, que seria na Rússia mas será em França: “Se tivéssemos mais tempo, o relvado ficaria melhor”.

Liverpool e Real Madrid, dois dos clubes com mais títulos na Europa, são os finalistas da edição 2021/22 da Liga dos Campeões. A final realiza-se neste sábado, em Paris. Começa às 20 horas.

Será a terceira final da prova entre estes dois “gigantes” europeus. A primeira, em 1981, terminou com uma vitória inglesa por 1-0 e disputou-se curiosamente em Paris, mas no Parque dos Príncipes. A última foi recente, em 2018, quando o Real ganhou por 3-1 na Ucrânia.

O Liverpool já foi campeão europeu seis vezes e o Real Madrid 13 – o clube espanhol é, de longe, o recordista de troféus levantados na Taça/Liga dos Campeões. O Liverpool divide o terceiro lugar nessa lista com o Bayern Munique, atrás dos sete títulos do AC Milan, segundo classificado.

Curiosamente, nesta temporada os três “reis da Europa” Real Madrid, AC Milan e Bayern Munique foram campeões nacionais. Nunca tinha acontecido, na mesma época (e o Liverpool esteve a poucos minutos de fazer o mesmo e assim completaria o quarteto).

Nesta edição da Liga dos Campeões o Liverpool venceu duas equipas portuguesas, no percurso até à final. Primeiro, ficou no “grupo da morte” com FC Porto, AC Milan e Atlético de Madrid; não ficou nada incomodado e venceu os jogos todos na fase de grupos. Na fase a eliminar deixou Inter Milão, Benfica e Villarreal fora do torneio.

O Real Madrid venceu também o seu grupo, bem diferente, com Inter Milão, Sheriff e Shakhtar Donetsk; só perdeu um jogo. Depois da fase de grupos, a fase das reviravoltas: ficaram pelo caminho PSG, Chelsea (campeão europeu no ano passado) e Manchester City (vice-campeão) – sempre com drama, ou muito drama, à mistura.

Jürgen Klopp considera que o Real Madrid é favorito mas acredita que o seu Liverpool vai estar ao nível do adversário: “Eu quero que sejamos nós próprios, neste jogo”.

Carlo Ancelotti passará a ser o treinador – isolado – com mais Ligas dos Campeões (quatro), se vencer. E acredita que “a história” do clube espanhol ajudou neste percurso memorável até à final.

Relvado na semana da final

O relvado para a final de uma Liga dos Campeões pode começar a ser preparado semanas, ou meses, antes – se o relvado que já existe no estádio não for satisfatório.

Neste caso o relvado foi colocado…nesta quarta-feira. Três dias antes da final. Sobretudo porque o jogo nem iria ser em Paris mas sim em São Petersburgo.

A invasão russa à Ucrânia alterou muitos planos e um deles foi o palco deste jogo, que foi retirado da Rússia para passar para a capital de França.

A decisão foi tomada há três meses, poucos dias depois do início da guerra, e o calendário do Estádio de França já estava muito preenchido até Maio.

Por causa da música: diversos concertos – muitos deles adiados nos dois anos anteriores por causa da pandemia. Ainda no sábado passado, apenas uma semana antes da final, o grupo Indochine actuou no estádio. Com 97 mil pessoas a assistir.

“Iríamos colocar o novo relvado quatro ou cinco dias antes. Este foi um desafio maior, colocámos 48 horas antes da sua utilização”, admitiu o responsável Benoit Lavallee (as duas equipas treinaram nesta sexta-feira).

Os 24 camiões com o material necessário chegaram a Paris apenas na segunda-feira à noite. Foi preciso retirar tudo que estava montado para o concerto dos Indochine e preparar uma “nova casa” em dois dias.

“Olhando para o desafio que foi, o relvado já está incrível. Se tivéssemos tido mais tempo, poderíamos ter um relvado melhor mas este já é um grande relvado”, analisou Lavallee.

Depois do jogo, vem aí mais trabalho: na próxima semana a França vai receber a Dinamarca, na Liga das Nações. Mais tarde será a vez da Croácia entrar no Estádio de França – que ainda em Junho vai ser o palco da final do Top 14 (campeonato francês de râguebi).

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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