Será o fim da diálise? Rim artificial testado com sucesso

Steve Babujak/ UCSF/

Biorreator concebido para imitar algumas das funções vitais de um rim

Uma equipa de cientistas testou com sucesso um implante de um rim artificial – um dispositivo biorreator que utiliza células renais humanas cultivadas em laboratório – em porcos.

A equipa da Universidade da Califórnia, em São Francisco, colocou células renais humanas num dispositivo implantável. Sete dias depois de terem sido implantadas num porco, as células do interior do biorreator mantiveram mais de 90% da sua viabilidade e funcionalidade.

O dispositivo simula com eficácia as funções essenciais de um rim e não apresentou quaisquer efeitos colaterais durante a semana da experiência.

“Estamos concentrados em reproduzir com segurança as principais funções de um rim… O rim bioartificial tornará o tratamento das doenças renais mais eficaz e também muito mais tolerável e confortável”, disse o bioengenheiro Shuvo Roy em  comunicado.

Uma das maiores surpresas foi o facto de os biorreatores não terem provocado uma resposta imunológica nos porcos. Os cientistas utilizaram membranas de silicone para proteger as células renais de possíveis ataques e garantir a operação contínua e eficiente do dispositivo.

Esta investigação é a prova de que o corpo do hospedeiro não rejeita necessariamente o órgão biónico. Ainda que sejam necessárias mais investigações para garantir que um biorreator deste género pode substituir um rim humano, a verdade é que é uma excelente notícia para os doentes que sofrem de doença renal e que atualmente dependem de tratamentos caros e inconvenientes como a diálise.

No futuro, em vez de substituir completamente o rim, os investigadores esperam construir um dispositivo equivalente a uma máquina de diálise implantável.

As máquinas de diálise convencionais são máquinas grandes e complexas que não substituem de forma satisfatória um transplante de rim, pelo que a esperança é que um dispositivo selado que albergue células renais reais possa, num futuro próximo, ser um meio-termo entre os dois.

O artigo científico foi publicado recentemente na Nature Communications.

Liliana Malainho, ZAP //

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