O Ministério Público argumenta que Tiago Vieira, filho do presidente benfiquista Luís Filipe Vieira, tem residência fiscal em Moçambique para fugir aos impostos.
Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira e um dos arguidos na operação Cartão Vermelho, tem residência fiscal em Moçambique há pelo menos quatro anos apesar de nunca ter deixado de viver em Portugal, adianta o jornal Público.
O Ministério Público acredita que o objetivo será fugir aos impostos, já que, segundo os investigadores, Tiago Vieira só se desloca duas vezes por ano a Moçambique para renovar a documentação oficial.
A altura em que o filho do presidente benfiquista passou a residir fiscalmente em Moçambique coincide com o mesmo período em que passou a assumir a administração de várias empresas do pai, como a Inland, a Cofibras e a Votion.
Apesar de Tiago Vieira assumir a administração destas empresas, o Ministério Público argumenta que era Luís Filipe Vieira quem mantinha a sua gestão — uma forma de Vieira colocar o seu património a salvo.
Tiago Vieira assumiu ao juiz de instrução ter rendimentos anuais na casa dos 200 a 250 mil euros, mais do dobro dos reconhecidos pelo seu pai, salienta o Público.
O Ministério Público encontrou mais de 1,1 milhões de euros em notas nas instalações da Avibom, uma empresa de José António dos Santos, mais conhecido como “Rei dos Frangos”. Os procuradores sustentam que José António dos Santos era uma espécie de testa-de-ferro de Vieira e simultaneamente seu financiador.
Ainda segundo o jornal Público, o agente Jorge Mendes é sócio numa empresa brasileira, Vespasiano – Investimentos Imobiliários, de Bruno de Macedo, arguido na operação Cartão Vermelho. Domingos Gonçalves Névoa, ex-administrador da Bragaparques, e António Salvador, presidente do SC Braga, também são sócios na mesma empresa.
Nos últimos anos, a relação entre estes empresários deteriorou-se e hoje há mesmo ações judiciais a decorrer no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
CMVM suspendeu ações da Benfica SAD
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação das ações Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD, foi anunciado esta segunda-feira, em comunicado.
“O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, nos termos do artigo 214.º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários a suspensão da negociação das ações Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD, para a incorporação de informação”, refere um comunicado da Comissão, disponível no seu site.
Noutro comunicado, para informar o mercado, a CMVM recorda que “nos últimos dias tornaram-se do conhecimento público indícios de irregularidades diversas, suscetíveis de afetar a Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD (Benfica SAD), de impactar o seu governo societário e de criar opacidade sobre a composição da sua estrutura acionista”.
A CMVM acabou por levantar a suspensão da negociação das ações, cerca de duas horas depois de a mesma ter sido decretada.
“O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários o levantamento da suspensão da negociação das ações Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD, na sequência da informação incorporada no mercado”, lê-se num comunicado publicado na página oficial da CMVM.
ZAP // Lusa
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