Não se percebe o fenómeno Taylor Swift. Mas a repetição ajuda

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Cantautora de 34 anos tornou-se um sucesso mundial e inesperado, para muitos. Valorizar os fãs não é um pormenor.

“Não há mal nenhum em gostarem da Taylor Swift, mas não percebo o fenómeno” – disse Fernando Alvim na Blitz.

“É um fenómeno um bocadinho inexplicável. Não consigo entender muito bem. Quase nenhuma música fica no ouvido, não a consigo identificar se estiver a passar na rádio” – admitiu Nélson Ferreira na rádio Observador.

“Ela é omnipresente”, lê-se na Gama Revista. “Os números chegam a ser assustadores” – escreve a Notícias Magazine.

Mas Taylor Swift “não tem voz incrível, nem melodias interessantes; porque, então, ela é tão popular?”, questiona a Globo.

Alyse Lancaster começa por responder: “É um excelente exemplo para ensinar como se constrói uma marca, como usar as redes sociais de forma eficiente para comunicar com o público alvo e como construir a confiança de uma marca”.

“Sabe como manter o público interessado, curioso e entusiasmado com o que vai fazer a seguir”, continua a especialista, no jornal Expresso.

O sucesso da cantora é tal que Alyse Lancaster é a responsável por um (futuro) curso superior… sobre Taylor Swift. Vai acontecer em Miami (EUA).

De facto, Taylor deixa dicas e pistas em músicas, vídeos, letras, entrevistas ou fotografias. Tudo que diz é analisado – e fá-lo propositadamente.

Acima de tudo, Taylor Swift tem uma característica essencial para ter criado esta legião de fãs: cultiva a sua comunidade. Gosta mesmo dos seus seguidores, enaltece-os, agradece constantemente. Noutros tempos até apresentava a família a fiéis seguidores, depois de um concerto (a escala era menor, na altura).

E é aqui que entra a primeira de duas repetições mencionadas no título: os fãs são uma repetição propositada. São um assunto constantemente repetido nas intervenções públicas, nas publicações.

Taylor Swift valoriza os seus fãs.

A nível técnico

Os mesmos fãs ficam com a sensação de que Taylor Swift tem uma letra de música, um poema, para cada momento da vida deles. Parece que há uma música para quando estão tristes, alegres, eufóricos ou deprimidos; quando está chuva, sol ou nevoeiro.

Entre os temas, há um destaque: falar (ou escrever) sobre ser mulher. Não hesita e abriu portas. Não há vergonha; há celebração.

E aqui há um mérito: é ela quem escreve todas as suas músicas. E produz quase todas. É uma cantautora, criadora das obras que canta.

Tecnicamente, Swift não é a cantora mais afinada ou espectacular do mundo (também não é a pior de todas). Não tem nenhum “rasgo” especial, nem anda aos gritos constantemente – há quem ache que gritar é cantar muito bem.

Mas a nível musical, e pegando no sucesso Shake It Off:

A repetição resulta. Com formas diferentes ao longo da melodia, e com uma diferença: só as notas (repetidas) deixam no ar uma pergunta – quais são os acordes? É que os acordes nem são importantes; porque a melodia, as notas em si, tomam conta da produção.

Uma melodia descendente com um extra: um deslocamento rítmico. Há repetições – neste caso de Shake it off – mas, se ouvirmos bem, reparamos que as repetições não são cantadas/ditas sempre de igual forma. Até podem surpreender no momento em que entram, com intenção diferente. Como se a música/conversa estivesse a ganhar ritmo enquanto decorre.

O “génio” musical Chilly Gonzales explica tudo no vídeo acima.

A personalidade do ano em 2023, para a revista Time, vai actuar pela primeira vez em Portugal. Os dois concertos vão decorrer na próxima sexta-feira (24 de Maio) e no próximo sábado (25) no Estádio do Sport Lisboa e Benfica, em Lisboa.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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1 Comment

  1. Eu percebo o fenómeno, é como no futebol, basta ter um olheiro que veja potencial em ti , saiba o quê que o povinho gosta, e aposte em ti… o resto vem por acréscimo, convém é ter os pés bem assentes! Cumprimentos Cino (POR) akaDjCino.

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