Fehér, 20 anos depois: “Foi demasiado marcante”

(dr) SL Benfica

Miklos Fehér

Futebolista húngaro antecipou o fim do jogo entre Vitória de Guimarães e Benfica – e da sua vida. Foi no dia 25 de Janeiro de 2004.

2004. Um ano muito recheado para os adeptos de futebol em Portugal.

O FC Porto foi campeão europeu pela segunda vez.

Portugal recebeu o Europeu e chegou à final – duas estreias.

Portugal esteve nos Jogos Olímpicos, algo raro no futebol.

Mas esse ano ficou na memória de milhares ou milhões de pessoas por causa do que aconteceu na noite de 25 de Janeiro.

Guimarães, duelo entre o Vitória local e o Benfica, num encontro do campeonato. O Benfica ganhava por 1-0 e o jogo estava a acabar.

Miklos Fehér viu um cartão amarelo, sorriu para o árbitro, virou-se e caiu.

Nunca mais se levantou. Uma cardiomiopatia originou a morte do futebolista do Benfica.

Uma morte em directo (confirmada já no hospital), no estádio – e na televisão perante milhões de pessoas, algo inédito em transmissões televisivas de jogos de futebol em Portugal.

O futebol acabou logo ali.

Ricardo Rocha, que jogava no Benfica, admitiu anos depois que “foi difícil voltar a treinar e a jogar”.

Nuno Gomes disse que os outros jogadores da Luz começaram a comentar: “Se aconteceu a ele, pode acontecer a qualquer um de nós? Ficou ali aquele trauma de que podia acontecer a qualquer um”.

Olegário Benquerença era o árbitro desse jogo. Foi a última pessoa a estar perto de Fehér, vivo: “Nunca passei por nada assim. Nada se pode comparar com a perda de uma vida humana. Foi demasiado marcante e foi sobretudo triste ver o sofrimento e o desespero dos outros jogadores e dos que o tentavam salvar”.

Nunca mais foi vestida a camisola 29 no plantel do Benfica.

Há um busto do húngaro no Estádio da Luz.

Miklos Fehér tinha apenas 24 anos.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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