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FC Porto 4-3 Tondela | Enxurrada de golos assusta “dragão”

Sofrido. O FC Porto dominou amplamente o jogo com o Tondela, marcou quatro golos, mas permitiu três, nos poucos lances ofensivos desenhados pelos beirões. E no último lance do desafio poderia mesmo ter consentido o empate, não fosse a barra ajudar o desamparado Marchesín.

Um jogo estranho que acaba com superioridade estatística evidente dos “dragões”, uma vantagem mínima e muitos golos, e com Otávio, mais uma vez, a ser a grande figura da equipa de Sérgio Conceição, que assim se aproximaram do Sporting na classificação.

 

O jogo explicado em números

  • Sérgio Conceição não quis facilitar e escalou uma equipa bem ofensiva para este jogo, num 4-4-2 com Mehdi Taremi e Moussa Marega como homens mais adiantados, com Otávio na direita e Luis Díaz na esquerda. Isto numa equipa que, em relação à que venceu o Santa Clara nos Açores, não apresentou Marko Grujić e Jesús Corona, mas apostou em Uribe e no ponta-de-lança iraniano.
  • E não demorou muito até surgir o primeiro golo. Transição muito rápida conduzida por Taremi na direita, bola para Otávio no meio e o brasileiro, depois de trabalhar bem, deixou para Zaidu e este atirou a contar para o 1-0, decorrido apenas quatro minutos de jogo. E logo a seguir, Marega perdeu de forma incrível o 2-0.
  • Domínio avassalador do “dragão” no primeiro quarto-de-hora, algo que se esperava tendo em conta as fragilidades que o Tondela tem apresentado neste campeonato. Nesta fase, os campeões nacionais registavam 77% de posse de bola e os únicos três remates do jogo, um enquadrado, o do golo, e importantes 91% de eficácia no passe.
  • Contudo, no primeiro ataque dos beirões, surgiu o empate. O Porto estava com todas as linhas bem adiantadas no terreno quando o Tondela recuperou a bola. Rafael Barbosa, com boa visão de jogo, lançou Mario González e este, isolado perante Marchesín, atirou a contar, no primeiro remate forasteiro.
  • A meia-hora trouxe números que expressavam uma ainda maior acutilância portista no ataque. Além dos 78% de posse de bola, os homens da casa registavam cinco remates, três deles enquadrados, contra dois disparos apenas dos visitantes. Contudo, ao terceiro, batido ao minuto 33, o Tondela fez o 2-1. Cruzamento da esquerda de Enzo Martínez chegou aos pés de Rafael Barbosa ao segundo poste e Marchesín não conseguiu travar o disparo deste, já de ângulo apertado.
  • Mas a resposta não demorou e, aos 36 minutos, Marega aproveitou uma insistência na grande área contrária e empatou o jogo a duas bolas. Jogo louco no “dragão”, com eficácia apreciável das duas formações, em especial do Tondela, com dois golos em dois disparos enquadrados, o Porto em cinco com boa direcção.
  • Surpresa no final dos primeiros 45 minutos. Não por falta de domínio portista, que existiu e em grandes doses, mas pelo resultado. Os “dragões” registaram 77% de posse de bola, 90% de eficácia de passe contra 49% do Tondela, num jogo de sentido praticamente único, chegando aos nove remates, cinco enquadrados. Os beirões, só com três disparos, dois com boa direcção, conseguiram marcar os mesmos dois golos. E foi essa a história do primeiro tempo. O melhor em campo nesta fase era Otávio, com um GoalPoint Rating de 7.5. Excelente o brasileiro no 1-0, a trabalhar sobre um defesa antes de assistir Zaidu. O criativo registou ainda sete passes ofensivos valiosos nesta primeira metade e quatro dribles eficazes em cinco tentativas.
  • O Porto começou a resolver (aparentemente) a questão logo no arranque do segundo tempo. Bom lance de Otávio na direita, o passe para a área onde Marega (49′) dominou e rematou na passada para o 3-2. Adivinhava-se uma segunda parte (mais uma vez) de sentido único e não espantou o 4-2 aos 56 minutos.
  • Uribe irrompeu na área pela esquerda, cruzou para a zona central e Taremi, sem oposição, atirou a contar para o 4-2, ao 11º remate dos “azuis-e-brancos”, sétimo enquadrado. E logo a seguir, Sérgio Oliveira desperdiçou o quinto golo para os da casa, atirando ao lado.
  • O jogo estava praticamente decidido para o lado do “dragão”, que à passagem da hora de jogo tinha 60% de posse no segundo tempo, seis remates, quatro enquadrados, contra nenhum disparo dos visitante, desta vez incapazes sequem de encetar contra-ataques. E Otávio continuava a brilhar, registando um 8.3 nesta fase do jogo, ele que somava já duas assistências. Faltava-lhe o golo.
  • Bom jogo de Uribe que, à passagem dos 70 minutos, ia mostrando qualidade nos momentos defensivos – oito recuperações, três desarmes, cinco acções defensivas no meio-campo contrário -, e ofensivos – uma assistência, 85% de eficácia de passe –, pelo que garantia equilíbrio. Ainda assim, esses equilíbrios desapareciam na equipa do Porto em alguns momentos. Como aos 74 minutos.
  • Pedro Augusto, na esquerda, cruzou e, no coração da área, Mario González cabeceou com êxito, chegando ao bis ao quarto remate do Tondela – que em três enquadrados fez três golos, ou seja, Marchesín não registava nenhuma defesa na partida. O 4-3 era um resultado perigoso.
  • Animado pelo golo, o Tondela pegou no jogos nos últimos minutos, em busca do empate, mas esbarrou na habitual competência defensiva dos “dragões”, que não deixaram fugir a vantagem, ainda que, aos 92 minutos, Uribe tenha visto o segundo amarelo e respectivo vermelho. E esbarrou também… na barra, no último lance do desafio, num disparo forte de Khacef.

O melhor em campo GoalPoint

Mais um jogo de grande nível de Otávio, que não se parece importar por não ser consensual entre os adeptos portistas. O brasileiro começou logo por assistir Zaidu para o 1-0 e fez outra assistência para o 3-2 de Marega.

Ao todo fez quatro passes para finalização, incríveis dez passes ofensivos valiosos, teve eficácia em três de cinco cruzamentos, bem como em dez passes progressivos e completou cinco de sete tentativas de drible.

No processo foi o segundo jogador com mais acções com bola, 101, atrás apenas das 107 de Zaidu. Terminou com um GoalPoint Rating de 8.3.

José Coelho / Lusa

Jogadores em foco

  • Mehdi Taremi 7.2 – O iraniano foi uma das novidades no “onze” portista e não desiludiu. Além do golo que marcou, esteve na origem do 1-0, enquadrou os três remates que fez e somou seis acções com bola na grande área beirã.
  • Zaidu Sanusi 7.1 – O nigeriano continua a mostrar que a chegada ao Dragão não foi por acaso. Mais um golo, o primeiro na Liga, e uma exibição muito conseguida, com dois disparos enquadrados em três, dois cruzamentos eficazes em cinco, as tais 107 acções com bola e ainda três desarmes, quatro intercepções e outras tantas acções com bola na área contrária.
  • Mario González 6.9 – A grande figura do Tondela no Dragão. O atacante espanhol bisou na partida, o primeiro num lance isolado, o segundo num belo cabeceamento. Ao todo enquadrou os seus três remates e ganhou seis duelos aéreos ofensivos em oito. No passe esteve mal, falhando 11 de 18.
  • Mateus Uribe 6.9 – O colombiano estava a fazer um bom jogo, mas acabou por manchar a sua prestação com um segundo amarelo, deixando a sua equipa reduzida a dez elementos para os derradeiros minutos. Até esse momento fez uma assistência em dois passes para finalização e registou incríveis 15 recuperações de posse, complementando com cinco acções defensivas no meio-campo contrário.
  • Moussa Marega 6.8 – O maliano voltou a ser decisivo e desequilibrador, algo que se verifica mais vezes quando actua em zonas centrais do ataque, e geralmente com um companheiro de posição ao seu lado. Foram dois golos em quatro remates, quatro passes valiosos e 12 acções com bola na área contrária (o dobro do segundo valor mais alto, as seis de Taremi), onde a sua presença causa sempre muitos problemas.
  • Rafael Barbosa 6.3 – Belo jogo do criativo dos beirões. Excelente a assistência para o 1-1 e o sangue frio no 2-1, de sua autoria. Rafael sofreu ainda quatro faltas, máximo do encontro.

 

Resumo

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