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FC Porto 2-3 Marítimo | “Gigante” Amir derruba campeão

Surpresa total. O FC Porto recebeu o Marítimo no Estádio do Dragão e foi derrotado por 3-2.

Em vésperas deste jogo, muito foi debatido sobre o hipotético anti-jogo das equipas de Lito Vidigal, mas a verdade é que os insulares, apesar de se terem fechado em grande parte do encontro, nunca descuraram o ataque e marcaram três golos, dois por Rodrigo Pinho. E depois confiaram na elasticidade do “gato” Amir Abedzadeh para segurar a vantagem, com o iraniano a travar de forma espectacular uma grande penalidade de Alex Telles. Foi a primeira vitória de sempre dos “verde-rubros” no reduto portista para o campeonato.

O jogo explicado em números

  • Luis Díaz, no lugar de Uribe, e Diogo Costa, na baliza, na vaga do lesionado Marchesín, foram as novidades que Sérgio Conceição apresentou para este jogo, em relação à goleada de 5-0 ao Boavista. De notar que o técnico continua a apostar forte em jogadores da época passada, deixando os reforços no banco.
  • Domínio absoluto do “dragão” no arranque da partida, com muita bola, mas dificuldades para arranjar espaço para criar perigo no último terço. Aliás, foi o Marítimo a primeira equipa a marcar, por Correa, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo do argentino. No primeiro quarto-de-hora os campeões nacionais registaram 69% de posse de bola e três remates, nenhum enquadrado, e permitiam muitas incursões perigosas as insulares.
  • Por isso, foi sem surpresa que os visitantes marcaram. Aos 14 minutos, Cláudio Winck lançou Rodrigo Pinho em velocidade, este, já na grande área, tirou Chancel Mbemba do caminho e rematou colocado de pé esquerdo. Espantosamente, nesta fase o Marítimo tinha mais um remate que os portistas (4-3) e os dois únicos enquadrados do desafio.
  • À meia-hora, o domínio dos da casa persistia, e até aumentara, com 73% de posse de bola e 87% de eficácia de passe. Mas mantinha-se nos três remates, nenhum enquadrado. O Marítimo montou uma autêntica muralha à frente da sua grande área e as dificuldades em criar perigo eram muitas.
  • Por esta fase era Rodrigo Pinho o melhor em campo, com um rating de 6.6, fundamentalmente devido ao golo, que conseguiu no único remate que registava até então. Por seu turno, Pepe era o melhor do Porto, com 95% de eficácia de passe, quatro passes longos certos em cinco, três desarmes e superioridade nos dois duelos aéreos disputados.
  • Não espantou, por isso, que Pepe tenha sido o autor do golo do empate. Canto da esquerda de Alex Telles e o internacional português, num “salto de peixe”, fez o 1-1, ao sétimo remate portista, terceiro enquadrado. E com tudo empatado se chegou ao descanso.
  • Intervalo Primeiro tempo muito complicado para o “dragão”. O domínio foi sempre do Porto, com muita posse de bola e a deparar-se com uma muralha à frente da baliza maritimista. Mas a mobilidade dos homens da frente dos insulares criou sempre muitos calafrios à defensiva “azul-e-branca”, que permitiu ocasiões e mesmo um golo, de Rodrigo Pinho. A pressão portista acabou por dar frutos perto do descanso, pela cabeça de Pepe. Aliás, o central foi o melhor em campo nesta etapa inicial, com um GoalPoint Rating de 7.1, pelo golo, pelos 44 passes certos em 46, mas também pelas seis recuperações de posse, os três desarmes e os dois duelos aéreos defensivos ganhos.

Manuel Fernando Araújo / Lusa

  • No recomeço, o Porto partiu para cima do Marítimo, mas a surpresa aconteceu aos 52 minutos. Na insistência após um livre directo frontal, Getterson arrancou um forte pontapé à barra, a bola sobrou para Rodrigo Pinho que, de primeira, e de cabeça, atirou para a baliza deserta – Diogo Costa ainda se encontrava fora da baliza, após a estirada ao pontapé inicial.
  • Grande surpresa, que persistia chegada a hora de jogo. Os insulares tinham mais remates que o Porto no segundo tempo (5-3) e o único enquadrado, apesar de os anfitriões registarem impressionantes 85% de posse de bola e 89% de eficácia de passe. E o cenário não sofreu grandes alterações nos minutos seguintes, apesar de o Porto ter já Mehdi Taremi para dar presença na área contrária. Mas a bola não chegava lá.
  • Aos 70 minutos, após cruzamento de Corona, René Santos tirou a bola em cima da linha de golo, no lance mais perigoso do Porto em toda a partida – tirando o golo que marcou. Era o tudo por tudo dos campeões nacionais à procura do empate.
  • Entretanto, Lito Vidigal perdeu dois jogadores por lesão, primeiro o herói do jogo, Rodrigo Pinho, autor dos dois tentos forasteiros, e depois o outro herói, René Santos, aquele que tirou a bola de cima da linha, momentos antes.
  • A pressão era intensa, os “dragões” chegaram aos 12 remates no segundo tempo, até que, aos 86 minutos, penálti para o FC Porto, por falta de Marcelo Hermes sobre Marega. Na conversão, Alex Telles atirou forte e colocado, mas Amir realizou uma defesa estupenda e manteve os insulares na frente do marcador.
  • O balanceamento ofensivo do Porto era tal que o Marítimo aproveitou para fazer o 3-1, num rápido contra-ataque concluído com um pontapé fortíssimo de Nanu. Estava consumada a primeira vitória de sempre dos madeirenses em casa do Porto para o campeonato nacional.
  • Já com a “carne toda no assador”, tempo ainda para um grande golo de Otávio, num remate de fora da área, forte e colocado. Mas já era tarde para o “dragão”.

O melhor em campo GoalPoint

Tudo se encaminhava para ser Rodrigo Pinho o MVP da partida. Poucos esperavam, certamente, que o iraniano Amir realizasse uma ponta final de jogo verdadeiramente impressionante. O Porto lançou todos os seus trunfos na partida e o guardião respondeu com um punhado de defesas de grande nível, incluindo a uma grande penalidade de Alex Telles. O GoalPoint Rating de 8.2 reflecte precisamente essa defesa extraordinária, bem como um total de oito paradas, seis delas a remates na sua grande área. O herói dos maritimistas.

Jogadores em foco

  • Otávio 8.1 – Muito perto de Amir nos ratings ficou Otávio. O criativo portista marcou um golo espectacular nos instantes finais, enquadrou dois de três remates, somou quatro passes para finalização e oito passes valiosos (entregas certas a menos de 25 metros da baliza), registou três desarmes e reuniu o número máximo de acções com bola no encontro (106).
  • Pepe 6.9 – O melhor em campo no primeiro tempo, terminou como o segundo melhor dos portistas. Um golo de cabeça, na primeira metade, 91% de eficácia de passe, 101 acções com bola, três de quatro duelos aéreos defensivos ganhos e quatro desarmes são os principais números do veterano jogador.
  • Rodrigo Pinho 6.8 – Três jornadas, quatro golos, dois no Dragão, ambos demonstrativos de sangue frio e grande qualidade técnica. O ponta-de-lança brasileiro foi uma dor de cabeça constante até sair lesionado, pouco depois da hora de jogo, tendo facturado nos únicos remates que realizou e ainda completado as três tentativas de drible.
  • Jesús Corona 6.6 – Inconformado, tentou sempre levar o Porto para a frente. Fez uma assistência em cinco passes para finalização, 13 passes valiosos e registou incríveis 13 acções com bola na área contrária (ambos novos valores máximo desta Liga). Tentou o drible em 12 ocasiões, com sucesso em cinco, pecando nas perdas de bola (28) e nos desarmes sofridos (4).
  • Wilson Manafá 6.5 – O “patinho feio” continua a dar cartas. Desta feita fez três passes para finalização, oito passes valiosos, teve sucesso em dois de cinco cruzamentos, somou oito acções com bola na área contrária, demonstrativo do seu pendor ofensivo, e concluiu quatro de cinco tentativas de drible.
  • Nanu 6.4 – Parece talhado para os grandes jogos. Desta feita a extremo-direito, Nanu fez um grande golo ao cair do pano, somou cinco acções com bola na área contrária, mais do que qualquer outro maritimista, e teve eficácia em quatro de seis tentativas de drible.

Resumo

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