Famílias cortam na alimentação para poder pagar a casa

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O número de pedidos de ajuda por dificuldade em pagar a renda aumentou no primeiro trimestre 67% face ao mesmo período do ano passado. Há pessoas a reduzir os gastos na alimentação para poder pagar a casa.

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) recebeu, até ao final de março, mais de 300 pedidos de ajuda para pagar a renda – o que representa um “aumento significativo” (67%), em relação ao mesmo período do ano passado.

O Diário de Notícias (DN) escreve que já há pessoas a reduzir os gastos na alimentação para poder pagar a casa.

Em causa estão famílias que não conseguem cumprir com o pagamento da prestação mensal da renda de casa.

A DECO classifica o cenário como um “desespero” para os agregados que viram os subsídios provenientes do apoio extraordinário à renda cortados ou reduzidos ou que aguardam uma resposta do programa Porta 65.

De acordo com o DN, face a 2023, 87 mil contribuintes perderam o apoio à renda.

No início de fevereiro, 46 mil pessoas perderam este subsídio sem qualquer aviso prévio, devido a falhas ou incongruências no sistema.

A DECO aponta que este apoio, que pode chegar aos 200 euros por mês e que é atribuído de forma automática através do cruzamento dos dados disponibilizados por entidades como a Autoridade Tributária ou a Segurança Social, é vital para assegurar o cumprimento das obrigações para milhares de arrendatários.

 

Há quem esteja verdadeiramente desesperado e não saiba como é que vai conseguir pagar as rendas”, conta a coordenadora do Gabinete de proteção Financeira da DECO, Natália Nunes.

É na alimentação que as famílias depois vão reduzir para conseguirem pagar as rendas. Muitas entram em situações de atraso ou incumprimento”, nota, adiantando que o endividamento é outra das vias que continua a ganhar escala.

“Estas pessoas acabam por recorrer ao cartão de crédito ou a créditos pessoais de forma a conseguirem ter dinheiro para pagar a renda”, acrescentou a especialista.

ZAP // Lusa

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