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Faltam mais de 500 anestesistas no SNS

Chhor Sokunthea / World Bank

Mais de 500 anestesiologistas estão em falta nos hospitais públicos portugueses, apesar de o número de profissionais ter crescido desde 2014, conclui um estudo publicado na Ata Médica Portuguesa.

Os Censos de Anestesiologia 2017 foram realizados pelo colégio de especialidade da Ordem dos Médicos e permitem fazer uma comparação com o mesmo estudo feito em 2014.

Segundo o estudo, que analisou a realidade em 86 hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), faltam 541 anestesiologistas nos hospitais públicos, quando as necessidades de especialistas são crescentes.

Há atualmente 1.280 anestesiologistas a trabalhar no SNS, o que dá um rácio de 12,4 profissionais por 100 mil habitantes, quando em 2014 o rácio era de 12,0. Nos Censos de 2014 tinham sido identificados 1.192 anestesiologistas nos serviços públicos, o que dá um crescimento de 2,1%.

Tendo em conta os 262 anestesiologistas a trabalhar apenas em unidades privadas, o rácio de especialistas passa a ser de 15,1 por 100 mil habitantes em 2017, quando em meados de 2014 se situava nos 13,9.

Ainda assim, o artigo nota que está “muito longe dos 17,9 avançados” pela Federação Mundial de Sociedades de Anestesiologistas.

Os Censos mostram também que a necessidade destes profissionais é crescente: foram identificadas mais de 615 mil intervenções cirúrgicas em 2017, um acréscimo de 3,4% em relação a dados de 2013.

Do total de cirurgias, 84% foram operações programadas e, destas, quase metade foi em regime de ambulatório (sem necessidade de internamento).

Foram realizadas também mais consultas de anestesia, mais consultas de dor crónica e mais analgesias de parto em 2017 do que em 2013. Decresceram, contudo, os procedimentos com apoio de anestesia fora do bloco operatório (menos 19% do que em 2013).

“A anestesiologia tem sido uma especialidade em ampla expansão nas últimas duas décadas, adquirindo novas competências e assumindo novos desafios. Assim, parece natural a necessidade crescente destes especialistas, em especial nas instituições do SNS”, refere o artigo da Ata Médica Portuguesa.

// Lusa

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