Em Espanha, entre abril e junho, o Instituto Nacional de Toxicologia recebeu 26 pedidos de consulta por intoxicação graças ao consumo de Miracle Mineral Solution (MMS), um remédio à base de clorito de sódio que diz curar desde o cancro à sida, passando pelo autismo e pelas hepatites.
Segundo avançou o ABC, citado pelo Observador, o consumo da substância – à venda na Internet pelo menos desde 2010 – aumentou de no país, levando o instituto a emitir um comunicado a alertar para a “toxicidade do produto, composto em 28% por clorito de sódio, nocivo para a saúde”.
“Os consumidores de MMS estão a beber lixívia”, avisou a norte-americana Food and Drug Administration (FDA) em dezembro de 2019. “As instruções do produto dizem às pessoas para misturarem a solução de clorito de sódio com um ácido cítrico, tal como sumo de limão ou lima, ou outro ácido antes de o beberem. Em muitos casos, o clorito de sódio é vendido com um ‘ativador’ de ácido cítrico. Quando o ácido é adicionado, a mistura torna-se dióxido de cloro, um poderoso agente branqueador”, explicou o organismo.
“Beber qualquer um destes produtos de dióxido de cloro pode causar náuseas, vómitos, diarreia, e sintomas de desidratação grave. Alguns rótulos de produtos garantem que vómitos e a diarreia são comuns depois de ingerido o produto. Sustentam mesmo que tais reações são a prova de que o produto está a funcionar. Essa alegação é falsa”, sublinhou.
A FDA fez ainda referência a bulas e sites de vendas, que apregoam o MMS como “a coisa mais pura de todas que pode vir a tomar”, capaz de “salvar a sua vida e a dos seus”. A substância está proibida em países como Canadá, Holanda, Nova Zelândia e Irlanda.
A substância foi descoberta há mais de uma década por Jim Humble, fundador da igreja Genesis II da Saúde e da Cura. Em agosto, Mark Grenon, co-fundador e atual líder, e os três filhos, foram detidos por acusação de fabricar, promover e vender um medicamento falso contra a covid-16 e outras doenças.
Coronavírus / Covid-19
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