Fome, sair a meio e falhas de amador em directo: gala da TVI parecia projecto de secundário

30 anos do segundo canal independente ainda dão que falar, três dias depois da grande festa – que correu mal, em diversos momentos.

A TVI completou 30 anos na segunda-feira passada, dia 20 de Fevereiro. Data marcante para o percurso da televisão em Portugal.

O segundo canal independente assinalou a efeméride ao longo do dia mas foi no domingo, dia 19, que realizou a gala do 30.º aniversário.

Uma gala que não correu muito bem, em diversos contextos.

Logo no acto inaugural, José Eduardo Moniz, Cristina Ferreira e Manuel Luís Goucha a “cantar”. Moniz entrava em momentos errados da música, estava perdido; Cristina desafinou. E talvez fosse desnecessária a frase posterior de Moniz: “Entre mortos e feridos, alguém há-de continuar a cantar na nossa TVI”.

As duplas de apresentadoras e apresentadores que foram aparecendo, para introduzir o número seguinte, abusaram nas piadas privadas (Fernanda Serrano chegou a avisar que ia fazer uma “private”) e perderam-se no guião em muitos momentos. Interrupções constantes, momentos vazios. Foram diversos os momentos “Agora sou eu? É para dizer o quê?”. Ou citando Dalila Carmo: “Estamos aqui para…?”. Em directo, não convém – não há edição.

Fernanda Serrano nem sabia o que estava a dizer. Mário Ferreira parou, perdeu-se, a meio da sua intervenção.

Mafalda Castro e David Carreira estavam a falar sobre os Morangos com Açúcar quando, de repente, apareceu um jovem dançarino à frente deles, na imagem; começou a sorrir para alguém na plateia e a piscar o olho. Era parte do espectáculo? Não. Nova falta de coordenação.

Os D’zrt estiveram descoordenados no refrão. Duas vezes. Cifrão não escondeu o desacerto e deu sinal a Vintém no palco, ao tocar-lhe no braço. Mas, diga-se, protagonizaram um momento bonito e forte, quer durante a música Verão Azul, quer ao fechar a actuação ao lado de uma imagem de Angélico, que morreu em 2011. Pedro Teixeira, que falou logo a seguir, não escondeu a emoção e, quase sem palavras nos primeiros momentos, improvisou um pouco.

A dupla de humor formada por Eduardo Madeira e Manuel Marques, com piada, sim, foi “enchendo chouriços”. Algo habitual nestes eventos.

Ana Guiomar apareceu ao lado de Pedro Teixeira mas ria-se mais do que cantava, às vezes (mesmo quando o seu riso se abafava o resto). E aqui foi Pedro a segurar um pouco a afinação, senão… Embora, já se saiba, o intuito seja tentar fazer rir, não entrar num concurso de afinações.

O público não ajudou – Sandra Felgueiras disse ao microfone que havia tanto barulho na sala que ninguém estava a ouvir o que estava a ser dito.

O que não se viu

Longe do palco também aconteceram peripécias pouco felizes para a organização do evento.

Entre ex-concorrentes de reality shows barrados na passadeira vermelha, houve relatos de fome. O Correio da Manhã sublinha as palavras de Sónia de Jesus: “Deixei as minhas crianças, lá no Porto, a pensar que ia ser uma festa, que me ia divertir. Saio daqui com fome, com sede, agoniada, uma seca tremenda, dói-me os pés”. Sónia mostrou que comeu batata-palha com alho francês.

Joana Albuquerque, que venceu um Big Brother, deixou a gala enquanto esta ainda decorria. Ela e outros convidados, segundo a própria.

Lili Caneças quase abandonava: porque não ficou na fila da frente, sublinha a revista Nova Gente.

Antes de tudo isto, ainda antes do início do evento, Manuel Luís Goucha admitiu que não estava entusiasmado para esta gala.