Alguns astrónomos estão a recorrer à estatística bayesiana para descobrir a probabilidade de haver vida extraterrestre na Via Láctea.
Estes cientistas focam-se em duas incógnitas: a probabilidade de vida surgir em planetas semelhantes à Terra e, a partir daí, a probabilidade de inteligência emergir.
A equação de Drake, por exemplo, é um argumento probabilístico usado para estimar o número de civilizações extraterrestres ativas na Via Láctea com as quais poderíamos ter hipótese de estabelecer comunicação. Esta equação pode também ser usada para fazer uma previsão da existência de vida inteligente na nossa galáxia.
Apesar de haver uma enormidade de espaço para a vida prosperar, “uma das maiores incertezas de toda a cadeia de fatores é a probabilidade de a vida começar”, explica Ed Turner, astrofísico na Universidade de Princeton.
Em maio, uma equipa de investigadores da Universidade de Nottingham calculou que deverá haver 36 civilizações inteligentes a comunicar ativamente na nossa galáxia. O estudo foi publicado na revista científica The Astrophysical Journal.
Utilizando a suposição de que a vida inteligente se forma noutros planetas de forma semelhante à da Terra, os investigadores obtiveram uma estimativa do número de civilizações comunicantes inteligentes na Via Láctea.
“Deveria haver pelo menos algumas dúzias de civilizações ativas na nossa galáxia, partindo do princípio de que são necessários cinco mil milhões de anos para a vida inteligente se formar noutros planetas, como na Terra”, disse Christopher Conselice, professor de Astrofísica na Universidade de Nottingham, em comunicado. “A ideia é olhar para a evolução, mas em escala cósmica. Chamamos esse cálculo de limite copernicano astrobiológico”.
No entanto, nem todos concordam com estas alegações arrojadas. “Essa é apenas uma suposição muito específica e forte”, diz o astrónomo David Kipping. “Não vejo nenhuma evidência de que essa seja uma aposta segura a ser feita”.
Na hipótese proposta por Conselice, pode-se também verificar o chamado viés de seleção. A Scientific American dá o exemplo de comprar bilhetes de lotaria e ganhar o jackpot à centésima tentativa. Poderíamos pensar que, então, a probabilidade de ganhar o jackpot é de 1%. Contudo, esta conclusão é errada, visto que estamos a ignorar as dezenas de milhões de pessoas que compraram bilhetes, mas nunca ganharam a lotaria.
É então que entra a estatística bayesiana. O teorema de Bayes descreve a probabilidade de um evento, baseado num conhecimento a priori que pode estar relacionado com ele. No caso da abiogénese, a hipótese que admite a formação dos seres vivos a partir de matéria não viva, a probabilidade calculada é a de surgimento de vida num planeta semelhante à Terra, tendo em conta que este fenómeno tanto pode ter acontecido há 100 milhões de anos como há 300 milhões de anos.
Em 2012, Turner e David Spiegel foram os primeiros a aplicar rigorosamente a análise bayesiana à abiogénese.
O esforço de Turner e Spiegel foi o “primeiro ataque bayesiano realmente sério a esse problema”, diz Kipping. “Acho que o interessante foi que eles quebraram essa interpretação ingénua e padrão do surgimento precoce da vida”.
Com base nisto, Kipping fez os seus próprios cálculos e focou a sua atenção em quatro possibilidades: a vida é comum e a inteligência é comum; a vida é comum e a inteligência é rara; a vida é rara e a inteligência é comum; e a vida é rara e a inteligência é rara.
O cientista descobriu, por exemplo, que o cenário “a vida é comum e a inteligência é rara” é nove vezes mais provável do que “a vida é rara e a inteligência é rara”. E mesmo que a inteligência não seja rara, os cenários em que a vida é comum têm uma probabilidade de apenas 10%.
Ainda assim, este cálculo é “um sinal positivo de que vida deve estar por aí”, diz Kipping. “É, pelo menos, uma sugestão de que a vida não é um processo difícil”.
estamos a gastar milhoes para alimentar cientistas de teorias sem provas nenhuma….mais importante por agora seria criar uma instituicao mundial que todos cientistas de todos os paises participassem, isto sim era ciencia enriquecida… a prioridade por agora tem de passar por criar nova ciencia…temos de descobrir novos sistemas para exploracao autonomos…porque numa primeira fase o ser humano nao pode aventurar se por ai porque levantam se varias questoes: sobrevivencia, orientacao. Mas as agencias espaciais estao trabalhando, ainda no inicio…é um comeco…