Para que seja possível atingir os objetivos climáticos propostos pelo Acordo de Paris, a grande maioria dos combustíveis fósseis devem permanecer no solo e parar de ser extraídos o mais rápido possível, refere um novo estudo.
Numa altura em que vários países do mundo ainda vêm as suas economias muito dependentes da extração e exportação de combustíveis fósseis, esta pode ser uma má notícia. A diminuição drástica da utilização deste tipo de combustível é necessária para salvar o planeta, mas pode levar muitos países à ruína.
Para países como a Indonésia e Austrália – os maiores exportadores mundiais de carvão – esta medida irá exigir o abandono de 95% dos seus depósitos naturais até 2050, calcularam os investigadores da University College London.
Nesse mesmo período, as nações do Médio Oriente terão que abandonar todas as suas reservas de carvão no solo e os Estados Unidos, por sua vez, terão que deixar 97% do seu stock intocável.
Estes são alguns exemplos de alguns países ou regiões que podem ter uma tarefa mais árdua no que diz respeito à exclusão de combustíveis fósseis, mas – tal como escreve o Science Alert – este é um trabalho de equipa e que deve ser realizado por todos os estados do mundo.
O novo estudo, publicado na revista Nature, alerta que quase 90% de todas as reservas de carvão devem permanecer no solo nas próximas três décadas. Qualquer remoção superior a estes valores pode empurrar o aquecimento global para além da meta de 1,5 graus, alertam os cientistas.
Contudo, não é apenas com o carvão que o mundo se precisa de se preocupar: os países também devem interromper 60% das suas extrações de petróleo e gás metano, incluindo os projetos que já começaram.
Mesmo que o mundo cumpra com estes objetivos, os investigadores estimam que o planeta tem apenas 50% de possibilidades de manter as temperaturas globais abaixo do limite de 1,5 graus.
“O quadro desanimador para a indústria global de combustíveis fósseis é muito provavelmente uma subestimação do que é necessário e, como resultado, a produção precisaria ser reduzida ainda mais rapidamente”, escrevem os autores no estudo.
Por outro lado, os autores consideram que depois de 2050 as únicas áreas onde ainda se podem usar combustíveis fósseis é na aviação e na indústria petroquímica.
Alertam ainda que se uma transição energética mundial não for alcançada até 2050, não só iremos enfrentar uma crise climática pior, como várias nações podem sofrer enormes perdas de receitas.
Atualmente, os países do Oriente Médio, assim como a Rússia e outros ex-estados soviéticos, são os maiores detentores de reservas de combustíveis fósseis, o que significa que são os que mais têm a perder.
No Iraque, Bahrein, Arábia Saudita e Kuwait, por exemplo, os combustíveis fósseis representam atualmente entre 65 e 85% da receita total do Governo. Se a bolha dos combustíveis fósseis rebentar antes destas nações alcançarem a transição para formas de energia mais limpas, muitas delas irão enfrentar uma grave crise económica.
Param todos de usar carvão… menos a China, para daqui a 50 anos falarmos todos Chinês.
Curioso como não se fala na China, um dos maiores poluidores, e a expandir as explorações em várias regiões do mundo, cujo regime totalitário comunista com aspiração imperialista patrocina várias das organizações ambientalistas no Ocidente, para travarem o crescimento, rumo à supremacia económica e ideológica.
Não se fala na China na notícia, mas no estudo em questão fala-se e muito. Quando não se sabe do que fala mais vale estar calado.