Miguel Taveira Arruda / Facebook
Deputado Miguel Arruda
O deputado no centro das suspeitas de furtar malas chegou a fazer campanha pelo PS e é descrito como instável por amigos de infância.
Miguel Arruda tem estado nas bocas do mundo por protagonizar um dos casos mais caricatos dos últimos tempos. O deputado açoriano, que pertencia ao Chega, é suspeito de furtar malas em aeroportos e vender os artigos roubados na Vinted. Mas como começou a aventura política do deputado.
Natural da Achada, nos Açores, Miguel Arruda, de 39 anos, tem um histórico de comportamentos controversos desde jovem. De acordo com amigos de infância do deputado ouvidos pelo Público, Arruda é “instável” e as outras crianças tinham medo de brincar com ele porque “de repente virava”.
Arruda licenciou-se em Ciências Biológicas e concluiu dois mestrados, tendo sido expulso da tuna universitária por má conduta. Também passou pelo exército, onde chegou a ser sargento e protagonizou episódios excêntricos, como aparecer no aeroporto de Lisboa com uma bandeira dos Açores presa à cintura, gerando estranheza entre os colegas militares.
A entrada na política ocorreu em 2021, quando se candidatou à Câmara do Nordeste pelo Chega e obteve apenas 31 votos. Antes disso, foi militante do PS e participou em campanhas socialistas.
Em 2024, Arruda foi eleito deputado pelos Açores na Assembleia da República. A sua permanência no Parlamento tem sido marcada por discursos inflamatórios, defesa do Estado Novo e interações públicas com neonazis como Mário Machado, que descreveu como um “preso político”.
Nas redes sociais, Arruda gerou controvérsia ao elogiar Salazar, sugerindo que o ditador fazia “muita falta”, e ao criticar a terapia hormonal transgénero, comparando-a à castração de crianças. Deixou também agradecimentos ao Grupo 1143, de Machado, pelo cancelamento da atuação da cantora funk MC Pipokinha, e apelou à reconquista da Rua do Benformoso “aos Mouros”.
Ainda no Parlamento, teve uma passagem breve como secretário do Chega-Açores, cargo do qual foi exonerado em menos de uma semana.
Além das polémicas políticas, o deputado enfrenta problemas financeiros. Declara um passivo superior a 50 mil euros em créditos pessoais, muito acima dos 20 mil euros anuais que declarava enquanto técnico superior.
Após o escândalo das malas, Miguel Arruda regressou aos Açores tendo já anunciado que vai pedir uma baixa médica pelos problemas psicológicos causados pelo mediatismo do caso.
“…foi militante do PS e participou em campanhas socialistas…” uma espécie de “militante bipolar” hahaha