Exército vai investigar caso de violência contra “a recruta mais feliz do quartel”

Governo de Portugal

A ministra da Defesa, Helena Carreiras.

O Exército abriu um “novo processo urgente de averiguações” sobre as alegadas práticas violentas exercidas sobre uma recruta em Abrantes, que será acompanhado pela ministra da Defesa Nacional, anunciou o Governo.

“Na sequência das alegações hoje trazidas a público pela comunicação social foi desencadeado um novo processo urgente de averiguações, que a ministra da Defesa Nacional acompanhará, e de cujas conclusões serão retiradas todas as consequências”, lê-se num comunicado do Ministério da Defesa Nacional.

Fonte oficial do ministério confirmou à Lusa que o processo foi aberto pelo Exército.

Na nota é adiantado que a ministra Helena Carreiras recebeu “com grande preocupação” as notícias sobre “alegadas práticas violentas em atividades de formação de Praças do Exército no Regimento de Apoio Militar de Emergência”, avançadas pelo Diário de Notícias.

Estas práticas, lê-se no texto, terão sido “aparentemente muito mais graves do que as que constavam do processo de averiguações e processos disciplinares já em curso pelo Exército naquela unidade militar”.

“A ministra da Defesa Nacional repudia veementemente comportamentos atentatórios da dignidade das pessoas, que são totalmente inaceitáveis e incompatíveis com os valores e princípios fundamentais que norteiam as Forças Armadas e o trabalho quotidiano dos militares que nelas servem”, é salientado.

O DN noticiou esta sexta-feira que uma recruta do Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), localizado em Abrantes, terá sido alvo de práticas violentas, no âmbito de “uma praxe que na gíria denominam de ‘Formação Orientada de Desenvolvimento de Atitudes'”.

“Umas colegas dela diziam-me que era a recruta mais feliz do quartel”, revela a mãe da recruta.

A recruta em causa relatou ao jornal um “intenso esforço físico exigido pelo RAME, que a terá levado à exaustão e à ansiedade, acabando por ir parar ao hospital com uma crise de taquicardia“, escreve o DN, entre outros episódios.

Apesar de lhe ter sido prescrita uma baixa médica de três dias, no segundo dia, alega que, por ter limpado mal a arma, foi obrigada a rastejar pelo chão de terra à noite, vários metros, prossegue o jornal.

A jovem foi ainda atingida por uma pedra vinda da direção onde estava o sargento instrutor, tendo-lhe acertado perto do olho.

ZAP // Lusa

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