/

Exame ao sangue deteta tuberculose infantil um ano antes da doença

Marcello Casal Jr. / ABr

Um exame ao sangue altamente sensível pode agora encontrar vestígios da bactéria que causa tuberculose em bebés um ano antes de desenvolverem a doença.

O novo teste, que usa apenas uma pequena amostra de sangue, deteta uma proteína secretada pelo Mycobacterium tuberculosis, que causa a infeção por tuberculose (TB). Além de rastrear todas as formas da doença, o exame consegue também avaliar a resposta do paciente ao tratamento.

“Trata-se de um avanço para crianças com tuberculose porque não temos este tipo de tecnologia de rastreamento para detetar infeções precoces”, disse Tony Hu, da Tulane University e principal autor do estudo, publicado a 18 de maio na BMC Medicine.

Segundo o Futurity, a pequena amostra de sangue pode ser facilmente obtida e tem como objetivo detetar uma proteína específica (CFP-10), que as bactérias secretam para manter a infeção que se transforma em tuberculose.

Esta proteína está presente em níveis muito baixos no sangue, pelo que o teste usa um anticorpo específico que a enriquece a partir de outras proteínas, além de um espectrómetro de massa para a detetar com alta sensibilidade e precisão.

A equipa usou o teste para examinar amostras de sangue de 284 crianças infetadas por HIV e 235 saudáveis. O exame identificou as crianças que já tinham diagnóstico de tuberculose pelos testes-padrão com 100% de precisão e detetou 83,7% dos casos de tuberculose que os testes-padrão não conseguiram descobrir.

Este exame detetou CFP-10 em 77% das amostras de sangue recolhidas 24 semanas antes de as crianças serem diagnosticadas com tuberculose por outros métodos – o que revela o seu forte potencial para o diagnóstico precoce da doença.

A cada ano, quase um milhão de crianças desenvolvem tuberculose e 205 mil morrem de causas relacionadas com a doença. Mais de 80% das mortes por tuberculose infantil ocorrem em menores de 5 anos e a maioria acontece porque a doença não é diagnosticada atempadamente.

Liliana Malainho, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.