Ex-governador de Nova Iorque formalmente acusado de assédio sexual. Cuomo pode ser condenado a um ano de prisão

Mike Groll / Gabinete do Governador Andrew M. Cuomo

O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo

Depois de um relatório ter comprovado as acusações de várias ex-trabalhadores do escritório de Andrew Cuomo, o ex-governador de Nova Iorque está agora a enfrentar um acusação formal de assédio sexual.

O ex-governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, foi formalmente acusado na justiça depois de várias ex-funcionárias do seu escritório terem revelado publicamente que o o político as assediou sexualmente no local de trabalho.

As queixas levaram eventualmente a uma investigação por parte da procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, que concluiu que Cuomo criou um “ambiente de trabalho hostil” e que violou várias leis ao tocar de forma inapropriada em 11 funcionárias e ao fazer comentários sexualmente sugestivos, tendo chegado a ameaçar retaliações caso as vítimas se queixassem. Depois de meses de apelos a que se demitisse, incluindo de Joe Biden, Cuomo acabou por deixar o cargo em Agosto, na sequência das revelações do relatório.

Esta quinta-feira, o Tribunal Criminal de Albany avançou com uma intimação oficial contra o político Democrata relativo a um caso em que terá apalpado o peito de uma conselheira “com o propósito de a degradar e gratificar os seus desejos sexuais”, lê-se na acusação citada pelo New York Times.

A queixa diz respeito a uma conversa na residência de Cuomo entre o então governador e Brittany Comisso a 7 de Dezembro de 2020.

Cuomo pode agora enfrentar uma pena de até um ano de prisão de acordo com a moldura penal do delito de toque forçado, mas a acusação terá de provar que o arguido teve a intenção de tocar e humilhar a vítima para seu prazer sexual.

A investigadora do gabinete do xerife do condado de Albany, Amy Kowalski, acusa Cuomo de “com conhecimento e intencionalmente” ter “sem motivo legítimo, forçado a sua mão debaixo da blusa da vítima e na sua parte do corpo íntima” e tendo assim contrariado “as normas do seu estatuto”.

Num comunicado, a advogada de Cuomo, Rita Glavin, disse que o governador negou novamente as acusações e descreveu os motivos do xerife Craig Apple como “evidentemente impróprios”. Glavin criticou também a falta de comunicação do advogado do distrito e acusou-o de já ter considerado o governador culpado numa conferência de imprensa este ano ainda antes da investigação da procuradora-geral Letitia James ter sido concluída.

“Isto não é justiça profissional. Isto é política“, condenou a defesa de Cuomo.

A acusação conhecida ontem também terá alegadamente avançado antes do tempo, devido à abordagem de Kowalski ao tribunal com o resultado do relatório para perceber como formalizar a queixa ainda antes de ter falado com a vítima ou a sua defesa.

Ainda não se sabe quem ou como, mas alguém no tribunal avançou com a acusação na mesma e emitiu uma intimação que chegou aos meios de comunicação ainda antes da procuradoria-geral ou de Cuomo terem conhecimento.

Andrew Cuomo, que está agora a viver em Long Island desde que se demitiu para evitar um processo de destituição, vai ter de aparecer no tribunal em Albany no dia 17 de Novembro.

Adriana Peixoto, ZAP //

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