Um ex-agente da CIA, a agência de inteligência e espionagem dos EUA, foi detido esta segunda-feira, tendo sido acusado de posse ilegal de informação classificada, que afeta a segurança nacional.
Em comunicado, o Departamento de Justiça divulgou esta terça-feira que um norte-americano naturalizado que residia em Hong Kong, na China, foi detido ao fim do dia sob acusação de posse ilegal de informação classificada.
Segundo o Público, em causa está a identidade de agentes infiltrados e informadores dos Estados Unidos na China. As autoridades suspeitam de que as ações do ex-agente resultaram na morte ou detenção de vários informadores de Washington em território chinês, assim como no desmantelamento da rede de informação norte-americana.
O detido é Jerry Chun Shing Lee, um norte-americano que começou a trabalhar para a CIA em 1994, dando-lhe acesso a vários documentos classificados como “muito secreto”.
Segundo o New York Times, a detenção de Lee é o culminar da investigação do FBI, que teve início em 2012, após a agência federal ter começado a suspeitar de que muitos dos seus agentes e informadores na China estavam a ser expostos por uma “toupeira” no interior da CIA.
Durante as buscas, o FBI encontrou nos pertences de Lee dois bloco-notas em que o acusado tinha apontado informação relativa a informadores e agentes infiltrados da CIA, incluindo dados como os seus nomes verdadeiros e números de telefone.
Os apontamentos incluíam ainda detalhes sobre pontos de encontro e as localizações das chamadas “casas seguras” usadas pelos agentes da CIA. O ex-agente, de 53 anos, é agora acusado de ter comprometido a identidades destes agentes.
Em agosto de 2012, Lee e a família abandonaram Hong Kong para regressar aos EUA. Mas, antes de se mudarem definitivamente, ficaram em hotéis nos Estados do Havai e Virgínia, onde agentes da polícia federal investigaram o ex-agente.