Michael Cohen, antigo advogado do Presidente norte-americano, foi esta quarta-feira condenado a três anos de prisão, por ter comprado o silêncio, durante a campanha presidencial de 2016, de duas mulheres com quem Donald Trump manteve relações extramatrimoniais.
Esta é a sentença mais pesada já atribuída nos processos saídos das investigações sobre as suspeitas de interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.
No passado mês de agosto, o ex-advogado pessoal de Trump declarou-se culpado dos crimes de que estava acusado, que incluíam fraude bancária, fuga aos impostos e violação das leis federais de campanha.
Na época, Cohen assumiu a culpa em oito acusações, admitindo ter pagado a duas mulheres “a pedido do candidato” e “com a intenção de influenciar as eleições” de 2016.
Cohen é a primeira pessoa do círculo próximo do Presidente norte-americano a ser condenada na sequência da investigação à alegada interferência do russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, tal como nota o Público.
No tribunal de Manhattan, nos Estados Unidos, o antigo advogado afirmou que o Presidente o forçou a “seguir o caminho da escuridão e não da luz”. Nesta quarta-feira, Cohen disse ao juiz William Pauley que a sua fraqueza “foi a lealdade a Trump”.
“Várias vezes senti que era meu dever encobrir os seus golpes sujos”, declarou Cohen.
De acordo com a Russia Today, Cohen disse ainda ter “vivido numa prisão pessoal e mental” desde que aceitou trabalhar para Donald Trump. Além disso, o antigo advogado garantiu em tribunal que o Presidente lhe ordenou que pagasse às duas mulheres, sendo um dos pagamentos para a atriz pornográfica Stormy Daniels.
O Ministério Público tinha pedido uma pena de entre 51 e 63 meses pela “gravidade” das “flagrantes violações” de Cohen das leis eleitorais, bem como por ter “deliberadamente” emitido “declarações falsas” sobre as negociações de uma potencial Torre Trump em Moscovo, que acabou por não ser construída.
O advogado trabalhou durante mais de dez anos para o magnata nova-iorquino do imobiliário, chegando mesmo a dizer que “levaria um tiro” por ele.