Um caça SU-27 da Força Aérea russa colidiu esta terça-feira com um drone dos Estados Unidos, num incidente sobre águas internacionais no Mar Negro, de acordo com as Forças Armadas norte-americanas.
Num comunicado, o comando das Forças Armadas dos EUA na Europa confirmou o incidente, precisando que ocorreu no início da manhã, quando um de dois caças russos que voavam na área atingiu uma das hélices do drone. A Força Aérea norte-americana acabaria por fazer cair o seu próprio drone.
O comandante das forças norte-americanas na Europa, James Hecker, acusou os dois aviões russos de terem feito uma manobra “insegura e pouco profissional”, garantindo que os Estados Unidos e os aliados “continuarão a operar no espaço aéreo internacional”.
O porta-voz do Pentágono explicou que um dos caças que voava à frente do drone despejou combustível na sua trajetória. Ao fazer manobras perigosas, o caça russo terá atingido a hélice do drone, levando-o a ter de pousar na água.
O general Patrick Ryder diz que há imagens em vídeo que provam a sua versão e que deverão ser divulgadas em breve.
O Ministério da Defesa da Rússia disse, através do Telegram, que dois dos seus caças intercetaram um drone MQ-9 Reaper após este ter violado o seu espaço aéreo. O gabinete negou ter usado armas ou ter havido contacto entre as aeronaves. A Rússia garante que o drone caiu devido a uma manobra brusca.
A Rússia não quer “confrontações” com os EUA, afirmou o embaixador Anatoly Antonov: “Preferimos não criar uma situação em que possamos enfrentar confrontações não intencionais ou incidentes não intencionais entre a Federação Russa e os Estados Unidos”.
Ainda assim, o diplomata perguntou aos Estados Unidos qual seria a sua reação se visse um destes drones no seu espaço aéreo.
“Este drone pode carregar 1700 quilos de explosivos e ainda várias bombas. Qual seria a reação dos Estados Unidos, se um drone russo deste tipo fosse visto bastante próximo, por exemplo, de São Francisco ou Nova Iorque? Para mim, é claro. É uma clara provocação. A queda nada teve a ver com qualquer contacto, que não houve”, reforçou Antonov.
Moscovo terá pedido aos Estados Unidos o fim de “voos hostis”, avança esta manhã a AFP.
Por sua vez, Ben Wallace, ministro da Defesa britânico, pediu a Moscovo que respeite o espaço aéreo, em referência ao incidente. “A chave é que todas as partes respeitem o espaço aéreo internacional e pedimos aos russos que o façam”, disse Ben Wallace, citado pela Reuters.
ZAP // Lusa