Shahram Poursafi, um operacional dos Guardas da Revolução, a força próxima do líder Supremo do Irão, foi acusado pelos Estados Unidos (EUA) de conspirar para assassinar o ex-conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, John Bolton.
Segundo o Departamento da Justiça, Shahram – também conhecido como Mehdi Rezavi – “tentou pagar 300 mil dólares [290 mil euros] a indivíduos” nos EUA “para realizar o assassínio em Washington ou Maryland”. O acusado se encontra em Teerão, sendo improvável que venha a ser julgado, avançou o Público.
O operacional iraniano terá pedido a um residente nos EUA que conhecera online para fotografar Bolton, alegadamente para um livro que estaria a escrever. A primeira pessoa contactada apresentou-o depois a outra a quem o iraniano terá pedido que matasse Bolton e enviasse um vídeo a provar.
Bolton integrou a Administração Trump entre abril de 2018 e setembro de 2019. A 03 de janeiro de 2020, a Casa Branca ordenou um ataque aéreo que matou o general Qassem Soleimani, em Bagdade. Apesar de já não estar em funções na altura do ataque, Bolton se destacou pela política externa agressiva em relação ao Irão.
I wish to thank the Justice Dept for initiating the criminal proceeding unsealed today; the FBI for its diligence in discovering and tracking the Iranian regime’s criminal threat to American citizens; and the Secret Service for providing protection against Tehran’s efforts. pic.twitter.com/QDjkX6gUWM
— John Bolton (@AmbJohnBolton) August 10, 2022
“As armas nucleares e as atividades terroristas do Irão são dois lados na mesma moeda. Nenhuma administração responsável deveria pensar outra coisa”, afirmou o diplomata em comunicado.
“Regressar ao fracasso acordo de 2015 seria uma ferida auto-infligida sem paralelo, para nós mesmos e para os nossos aliados mais próximos no Médio Oriente”, disse, acrescentando: “Continuo comprometido em impedir que isso aconteça”.
Em resposta às acusações do Departamento da Justiça dos EUA, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanaani, avisou: “o Irão adverte fortemente contra qualquer ação que tenha como alvo cidadãos iranianos a pretexto destas acusações ridículas e infundadas”.