EUA quer proteger civis libaneses – mas envia sinais mistos

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Alaa Badarneh / EPA

Os EUA, finalmente, admitiram “profunda preocupação” com várias ações que Israel fez em Gaza, avisando a que não se podem repetir no Líbano. Continuam, ainda assim, a não apelar um cessar-fogo.

Depois de mais de um ano de guerra no Médio Oriente, os EUA parecem ter mudado a retórica de defesa incondicional de Telavive, admitindo “profunda preocupação” com ações as de Israel na Faixa de Gaza.

Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas convocada pela Argélia e pela Eslovénia, com o apoio da França, para abordar a situação humanitária em Gaza, a embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield, questionou a forma como Israel tem conduzido a sua guerra contra o Hamas no enclave palestiniano, especialmente em relação à crise humanitária, e apelou a Telavive que adote “medidas urgentes” para mudar essa trajetória.

“Os Estados Unidos estão preocupados com a situação no norte de Gaza, incluindo o anúncio de Israel de uma nova ordem de evacuação para várias comunidades. Estamos particularmente preocupados que os civis palestinianos não tenham para onde ir“, observou a diplomata.

EUA fazem aviso a Israel

Numa declaração feita esta terça-feira em que apelou aos libaneses para “libertarem o país do Hezbollah”, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu ameaçou os libaneses com “uma longa guerra que trará destruição e sofrimento semelhantes ao que se vê em Gaza”.

Mas os EUA avisaram Israel que não aceitam que o Líbano seja a nova Gaza.

“Afirmo claramente que não deverá haver uma ação militar no Líbano que se assemelhe a Gaza e em que o resultado se assemelhe a Gaza”, disse, este quarta-feira, aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller.

Além disso, também o presidente Joe Biden instou, esta quarta-feira, Netanyahu, a “minimizar o impacto sobre os civis” no Líbano, particularmente em Beirute.

Joe Biden, que há sete semanas não falava diretamente com o líder israelita, “sublinhou a necessidade de uma solução diplomática” para permitir o regresso das populações civis do norte de Israel e do sul do Líbano.

Sinais mistos dos EUA

Apesar desta aparente mudança de retórica, os EUA já não apelam, como fizeram há dez dias, a um cessar-fogo no Líbano, afirmando, pelo contrário, apoiar a ofensiva israelita, com base nos seus sucessos recentes desde o assassinato do líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Depois de uma campanha de ataques aéreos maciços lançada a 23 de setembro contra bastiões do Hezbollah em todo o Líbano, Israel tem liderado uma ofensiva terrestre no sul do país desde 30 de setembro, expandida esta semana para as zonas costeiras do sudoeste.

“Até agora, temos assistido a incursões terrestres limitadas”, salientou na quarta-feira o porta-voz da diplomacia dos EUA, Matthew Miller.

ZAP // Lusa

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