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Estudo revela que, afinal, os opostos não se atraem

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Será que escolhemos nossos amigos e parceiros românticos porque compartilhamos interesses comuns? Até recentemente, ninguém realmente sabia. Agora, um novo estudo da Universidade Stanford, nos EUA, indica que, afinal de contas, os opostos não se atraem.

Segundo o estudo publicado na Psychological Science, as pessoas gostam de pessoas com personalidades parecidas com as nossas, na maior parte do tempo.

“Os psicólogos estudaram esta questão durante muitos anos e os resultados pareciam bastante claros: os amigos e os parceiros não são semelhantes em termos de personalidade. Isso era surpreendente, porque sabíamos intuitivamente que as pessoas escolhem parceiros e amigos que têm personalidades semelhantes. Então, o que estava a acontecer?”, disse Michal Kosinski, professor de comportamento organizacional na Universidade Stanford.

A personalidade é geralmente medida usando pesquisas em que as pessoas respondem perguntas sobre si mesmas. No entanto, quando as pessoas respondem a questionários de personalidade, avaliam-se no contexto dos seus colegas.

Por exemplo, um introvertido que é o mais extrovertido entre os seus amigos introvertidos pode descrever-se como um extrovertido – um julgamento subjetivo. Isso é chamado de “efeito de grupo de referência”.

Kosinski e mais três especialistas da Universidade de Cambridge e da Universidade Stony Brook decidiram abordar a avaliação de personalidade de forma diferente. Usaram dados recolhidos da rede social Facebook – todos os “Gostos” que os utilizadores usaram nas outras publicações, e analisaram as suas próprias escolhas de palavras, para desenvolver uma imagem mais precisa das personalidades das pessoas.

Vantagens

“As impressões digitais deixadas para trás ao usar o Facebook funcionam muito bem quando se trata de medir a personalidade”, explicou Kosinski, que coordena o projeto myPersonality, uma colaboração global entre mais de 100 universidades que estudam os dados do Facebook de 8 milhões de voluntários.

Segundo o cientista, estas informações são muito melhores do que relatar o próprio comportamento através de um questionário ou ser observado num laboratório porque quando as pessoas percebem que estão a ser estudadas, deixam de se comportar naturalmente e mudam as suas respostas.

Além de evitar o efeito do grupo de referência, Kosinski diz que as avaliações digitais oferecem outras vantagens. Não só são quase impossíveis de falsificar, como podem ser aplicadas a grandes populações e serem administradas rapidamente.

“Sem planear, encontramos uma profunda influência do efeito de grupo de referência sobre os resultados dos testes tradicionais de personalidade, e a conclusão indica que algumas coisas que acreditamos sobre psicologia da personalidade não são verdade. Quantas outras verdades estabelecidas na psicologia estão erradas devido a este efeito?”, questionou.

As conclusões desta investigação podem ser muito importantes nas áreas de negócios, por exemplo, onde a avaliação da personalidade é essencial – por exemplo, as empresas que tentam construir equipas eficazes podem combinar grupos baseados nas personalidades das pessoas.

3 Comments

  1. Estes “estudos” dão-me vontade de rir! É preciso um estudo para chegar a esta conclusão?! As consciências semelhantes atraem-se mutuamente, mas isso é óbvio e já eu sei disso intuitivamente há muito tempo. Agora, isso não impede de haver pessoas que gostem de quem seja o oposto de si, sendo muito mais raro, pois o ideal é que se partilhe gostos em comum.

    • Acho que sim, mas é uma mistura de assuntos, pois uma coisa é o que “nos é útil”, outra coisa é o que nos dá conforto. Dizem os francófonos desde “sempre” qq coisa como “ceux qui se ressemblent s’assemble”, vagamente equivalente a “os parecidos tendem a agrupar-se”. Ora, seremos todos de um só tipo não cobre todas as “necessidades”, pelo que associações com gente capaz daquilo que nós não somos é útil. Mas, junto com o “útil” podem vir caracteristicas fortemente “cansativas”. Então resta saber se vale a pena o transtorno recebido nesses casos. Normalmente, à partida não se avalia bem, e resulta em sofrimento grande parte do tempo.

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