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Estudantes dos politécnicos querem reabertura em regime misto

Os representantes das associações de estudantes dos politécnicos querem que a retoma das atividades presenciais seja apenas parcial, mantendo o regime de ensino misto que estava em vigor antes de as instituições encerrarem devido à pandemia da covid-19.

Num documento enviado na quinta-feira à tutela, a Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) recomenda que a atividade teórica continue a ser lecionada online, retomando apenas as atividades que, pela sua natureza, só podem ser conduzidas presencialmente.

Para a retoma dessas, os representantes dos estudantes pedem que as instituições assegurem as condições necessárias, com regras específicas de segurança sanitária também para os estágios curriculares, que devem ser adaptados ao atual contexto, e não cancelados.

“Conforme previsto no confinamento anterior, é importante incentivar a testagem entre a comunidade académica por forma de controlar possíveis surtos existentes”, escreve ainda a FNAEESP.

Por outro lado, a federação recomenda que no regresso ao presencial sejam privilegiados os estudantes com dificuldades económicas e sem recursos tecnológicos, assim como estudantes com necessidades educativas especiais.

Relativamente às aulas que se mantiverem à distância, os estudantes querem que também a componente avaliativa seja no mesmo registo online, propondo, nesse âmbito, que a regulamentação dos processos em casos de suspeita de fraude académica seja harmonizada a nível nacional, assegurando a possibilidade de defesa ao estudante.

Sugerem ainda um acordo entre o Governo e as operadoras de Internet, para que não sejam cobrados dados móveis pela utilização de ferramentas essenciais ao ensino à distância, como plataformas de videoconferência, e o desbloqueio do acesso a ferramentas de pesquisa académica.

No documento dirigido ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e ao Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, a FNAEESP manifesta também preocupação com a situação socioeconómica dos estudantes, no atual contexto pandémico.

Além do reforço dos mecanismos de ação social, a federação recomenda a criação de uma linha de financiamento, sem custos, a que os alunos possam recorrer para comprar material indispensável ao funcionamento, e a criação de uma estratégia nacional de combate ao abandono e insucesso escolar.

Sobre esses problemas em concreto, os estudantes defendem a obrigação da publicação, por parte das instituições de ensino superior, dos números relativos ao abandono e insucesso escolar.

À semelhança do pré-escolar, básico e secundário, as atividades letivas também decorrem à distância no ensino superior, por decisão das próprias universidades e politécnicos em resposta ao agravamento da pandemia da covid-19 no início do ano.

A pandemia de covid-19 provocou 16.458 mortos em Portugal, resultantes de 807.456 de casos de infeção, segundo o balanço mais recente da Direção-Geral da Saúde.

// Lusa

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