As estrelas mais antigas da nossa galáxia produzem elementos que ainda nem existem na tabela periódica

ZAP // Dall-E-2

Um novo estudo sugere que estrelas antigas foram capazes de criar elementos com números atómicos maiores do que 260.

Uma equipa internacional de cientistas, que juntou especialistas dos Estados Unidos, Canadá e Suécia, descobriu que as antigas estrelas de neutrões podem ter criado elementos com massa atómica superior a 260.

O Urânio – com massa atómica de 238 – é o elemento natural mais pesado conhecido, embora outros, como o plutónio, tenham sido encontrados em quantidades vestigiais devido a reações em depósitos de urânio. Ainda assim, a maior parte dos elementos mais pesados, com massas que vão do 237 (Neptúnio) ao 266 (Grénio), são resultado de processos humanos.

Ainda assim, as estrelas de neutrões são tidas, há muito, como verdadeiras fábricas de elementos pesados. Os elementos com massas superiores a 260 são produzidos através da captura rápida de neutrões, ou “processo r“, que produz a maioria dos elementos mais pesados do que o ferro, incluindo o urânio, a platina, o ouro e a prata.

Segundo a Cosmos Magazine, este processo desenrola-se durante a formação de estrelas de neutrões, que se formam aos pares na sequência de uma supernova, colidindo eventualmente umas com as outras.

Estas colisões são fundamentais para a formação de elementos pesados, uma vez que, nestes ambientes densos e superaquecidos, o processo r faz com que os neutrões bombardeiem e se fixem nos átomos, que são lançados para o Espaço.

O novo artigo científico, publicado na Science, revela que são possíveis processos ainda mais intensos do que os já conhecidos.

“O processo r é necessário para criar elementos mais pesados do que, por exemplo, o chumbo”, adiantou o autor principal do estudo, Ian Roederer, da Universidade Estatal da Carolina do Norte. “O senão é que é preciso muita energia e muitos neutrões para o fazer. E o melhor lugar para encontrar ambos é no nascimento ou na morte de uma estrela de neutrões, ou quando as estrelas de neutrões colidem e produzem os ingredientes brutos para o processo.”

Como os cientistas não sabiam de que forma se desenrolava o fenómeno no Universo, investigaram 42 estrelas antigas na Via Láctea para melhor compreenderem a formação dos elementos.

A investigação permitiu encontrar novos padrões nos elementos pesados presentes nestas estrelas, que sugeriam que eram restos da divisão atómica (fissão) de elementos mais pesados.

Tal como o urânio e os seus companheiros radioativos, estes elementos mais pesados são instáveis e decaem em grandes escalas de tempo, transformando-se em elementos estáveis.

Entre os elementos estudados estavam materiais estáveis, posicionados a meio da tabela periódica, como a prata e o ródio. Os sinais identificados sugerem que são produtos da decomposição de metais que tinham originalmente uma massa de pelo menos 260, antes de se separarem.

“Nunca antes tínhamos detetado nada tão pesado no Espaço ou naturalmente na Terra, nem mesmo em testes de armas nucleares”, realçou Roederer. “Mas vê-los no Espaço dá-nos orientações sobre como pensar em modelos e fissão, além de poder dar-nos uma ideia de como surgiu toda a diversidade de elementos.”

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