Os estivadores do Porto de Lisboa iniciam, esta quarta-feira, uma greve de três semanas em protesto contra os salários em atraso e incumprimento dos acordos celebrados por parte da Associação de Empresas de Trabalho Portuário de Lisboa (A-ETPL).
O pré-aviso de greve do Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística (SEAL) prevê a recusa dos estivadores ao trabalho para três empresas do grupo turco Yilport – Liscont, Sotagus e Multiterminal – e para uma quarta empresa, TMB (Terminal Multiusos do Beato), que terão sido responsáveis por uma proposta de redução salarial de 15% para os estivadores do Porto de Lisboa.
A A-ETPL, empresa de trabalho portuário que garante a disponibilização de mão-de-obra aos diferentes operadores do Porto de Lisboa, reuniu na segunda-feira com a direção do SEAL numa derradeira tentativa para evitar a greve, mas não houve acordo.
O sindicato exige o pagamento atempado dos salários e o cumprimento dos acordos celebrados com a A-ETPL, mas a direção da empresa alega que já não tem condições financeiras para cumprir, devido à redução de cargas e à perda de linhas marítimas que têm procurado outros portos nacionais e estrangeiros, face ao elevado número de greves nos últimos anos e consequente quebra de faturação.
Segundo a direção da A-ETPL, no Porto de Lisboa há vários cenários possíveis em cima da mesa, como a redução do custo do trabalho dos estivadores ou um processo de insolvência desta empresa de trabalho portuário.
Para a A-ETPL, manter a situação atual significa que muito rapidamente deixará de haver meios financeiros para pagar aos trabalhadores e a greve que agora se inicia vai retirar ainda mais cargas e poderá afastar mais algumas linhas marítimas do Porto de Lisboa.
O Sindicato dos Estivadores defende que o problema está nas tarifas fixadas pelos sete operadores portuários de Lisboa para o trabalho de estiva que requisitam à A-ETPL, tarifas essas que não são atualizadas há 26 anos.
Até dia 28 de fevereiro, os estivadores só trabalham para aquelas quatro empresas no segundo turno e de 29 de fevereiro a 9 de março não haverá qualquer prestação de trabalho para essas empresas.
// Lusa