Numa conversa com Paulo Malafaia, o empresário Francisco Pessegueiro mostra-se preocupado com a mudança na câmara, dado que já “estava tudo comprado” durante o mandato de Joaquim Pinto Moreira.
As escutas das autoridades a uma chamada telefónica entre os empresários Francisco Pessegueiro e Paulo Malafaia, ambos detidos no âmbito da Operação Vórtex, revelam o plano para “comprar” o ex-autarca socialista Miguel Reis, isto após já ter sido “comprado” o seu antecessor, o deputado e ex-vice da banacada parlamentar do PSD, Joaquim Pinto Moreira.
De acordo com o Correio da Manhã, Pessegueiro queixou-se ao arquitecto João Rodrigues, que também foi preso, sobre uma conversa que ouvir na rua. “A m**** do arquitecto que controlava a câmara toda, estava tudo comprado, inclusive o Pinto Moreira, mas agora eles vão-se f**** todos. (…) Pessegueiro pensa que vai fazer o mesmo que fez com o Pinto Moreira, comprá-lo”, relatou o empresário ao amigo.
As fotografias e imagens de vigilância a que a Polícia Judiciária teve acesso alguns meses mais tardes indicam que esta intenção de “comprar” o novo autarca pode mesmo ter sido concretizada, já que captaram Miguel Reis a encontrar-se várias vezes com Pessegueiro.
Outra escuta dá conta ainda de uma reunião entre Malafaia e Pinto Moreira que confirma que os dois se encontraram. “Fui lá agradecer-lhe a boa vontade dele. Eu só tenho de lhe agradecer, o resto não é comigo, né?”, perguntou Malafaia, insinuando que o pagamento seria feito por Pessegueiro. O empresário confirmou que sim e frisou que Pinto Moreira só se encontrava presencialmente e não falava ao telefone.
Ainda envolvido no esquema estava o funcionário camarário José Costa, que servia como pivô. Costa era responsável pelo Urbanismo e foi contratado durante o mandato de Pinto Moreira, tendo saído para ir trabalhar para Pessegueiro quando Miguel Reis assumiu a autarquia.
Estas não são as primeiras escutas a Pessegueiro que aludem a uma troca de favores com Pinto Moreira. Há outras chamadas entre o empresário e os seus pais em que Pessegueiro diz que o ex-autarca “sempre foi fixe” consigo. “Eu tenho de lhe pingar, papá, porque ele merece, ele é top”, afirmou.
Em Portugal ser autarca é quase sempre sinónimo de ser ladrão. Não deve andar muito longe da verdade. E ainda nem começaram a investigar as câmaras mais pequenas. Nessas então, o lodo é tanto que o melhor é entrar lá de galochas.
Prender os autarcas todos, inclusive Juntas de Freguesia, e depois deduzir acusações, iam já pagando por conta, não há gente séria na politica?, Paulo Morais tem toda a razão, é uma pocilga a politica portuguesa.
Pagar por conta parece-me acertado. É prendê-los já a todos.
uma vez vi um diretor de supermercado a pagar um jogo de 4 pneus a um presidente da câmara da mesma cidade…td começa por um principio